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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FÉRIAS!!!

Ahhhh!!! maravilha !!!..chegado o fim de ano, todos aprovados nas escolas e cada um com os planos definidos para as férias de verão.

Cláudio e Lucélio iam para o Rio de Janeiro, o Ricardo e Alexandre para Belo Horizonte, o Sílvio para Florianópolis, os demais, para o litoral paulista e nós de casa, incluídos nos demais.

Logo no início de Janeiro, após as festas, a nossa DKW Vemaguet já revisada e com toda a bagagem colocada, o Dique sentado sempre na "janelinha",  numa alegria extasiante saíamos de Cumbica em direção à Via Anchieta para a Praia Grande onde ficávamos na praia da Vila Tupy, perto da Cidade Ocian.


Descer a Via Anchieta era como fazer um sonho se tornar realidade...ver aquelas montanhas e o mar ao longe fazia com que a gritaria de alegria dentro do carro  e os latidos do Dique se estendesse atá o final da descida da serra.
.
Chegando perto da Cidade Ocian, com as praias ao lado era inexplicável, vendo o monumento ao Rei Netuno, rei do mar..



Ahhh! o mar...finalmente a praia, o sol, os castelos de areia e, naquela época todos usavam um tipo de calção de nylon com uma sunga fixada internamente que em todos os mergulhos nas ondas, aquelas sungas saiam lateralmente e boiavam como uma bexiga...ô coisa mais estranha!!!

Mas não importa, o que importa é mergulhar e quebrar todas as ondas que apareciam...e claro, o Dique pulando na água e fugindo de algumas ondas pois naquela época não era proibido animais nas praias, coisa que nunca entendi, pois os animais que mais sujam as praias são os homens!!...


... e nem víamos as horas passando e o almoço saia sempre lá pelas 4 horas da tarde, que maravilha, sem contar o vermelhão de nossas costas e faces.

E os dias iam passando, com muitos sorvetes, milhos cozidos nos passeios noturnos e tradicionalmente o passeio na CASA DAS BANANADAS ao lado da Ponte Pênsil...
                                       
                                
... e na BIQUINHA de São Vicente

Biquinha de São Vicente

Outro passeio era ir ao Guarujá, atravessando o braço de mar de Santos pela balsa

balsa da travessia Santos/Guarujá

...e no Guarujá, ir comer peixes, mariscos e siris na praia de Perequê

Praia de Perequê

Fazer tudo de novo?

Porque não?

Boas férias !!!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

EPIDEMIA DE MICOSE !

E finalmente chegou o grande dia da inauguração das piscinas do Clube dos Suboficiais e Sargentos, da BASP, em Cumbica, em1969.


Mas para podermos nadar nas piscinas tínhamos de apresentar exame médico e para isto fomos todos ao Hospital da Base para o referido exame.

Em fila organizada, fomos entrando um a um para o exame, mas..., como sempre há um "mas", nossas travessuras com os cavalos nos causaram alguns problemas:

Cláudio: reprovado por micose
Lucélio: reprovado por micose
João: reprovado por micose
Alexandre: reprovado por sarna
Ricardo: reprovado por micose
Edson: reprovado por micose
Milton: reprovado por micose
Roberto: reprovado por micose
Beco: reprovado por micose...

E assim, todos nós com caras fechadas, retornamos pra casa e fomos obrigados a ver os outros aprovados brincarem nas piscinas.

O jeito for matar a vontade na represinha, mas a frustração não passou.

represinha

Vendo que o problema era de todos, a Dna Eneida, mãe do Ricardo e Alexandre Othechar, mostrou seus conhecimentos médicos, falando com todas as nossas mães e recomendou a usarmos um remédio chamado HEBRIN, a base de iodo.


Dito e feito, comprado o HEBRIN, eu e o Milton fomos passá-lo com um algodão na área infectada pela micose, perto da virilha.

Vixeeeeeeee!!!!!!!!! Fogoooooooooooo!!!! Socorrooooooo!!!, o remédio causou uma ardência dos infernos e eu e o Milton saímos correndo pela rua da vila, pulando igual a um sacy pererê.
Corremos de volta para nosso jardim, ligamos a mangueira de água com toda a força, mas mesmo molhados o ardido do remédio não passava.

Depois, descobrimos que todos os outros passaram pelo mesmo desespero e sofrimento, porém, em 5 dias a micose desapareceu.

Novos exames médico, e fomos todos aprovados!! Nem imagine nossas caras de alegria ao mergulharmos nas piscinas...


Que? as meninas?...todas foram aprovadas logo no primeiro exame.


Para evitarmos novos contágios, lavamos bem os cavalos com sabão de coco e a regra foi somente montar nos cavalos com as "selas dos B-25" retirado do CEMITÉRIO DE AVIÕES na cabeceira da pista.

Obrigado Dna Eneida! Valeu!
Dna Eneida

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

HARAS DE CUMBICA


Mas não é que naquele dia apareceu o Cláudio e o João Alves com um cavalo branco, puxado pela boca com uma corda dizendo que ele estava perambulando solto pela avenida que ladeia as cercanias da BASP, Av Monteiro Lobato, que naquela época era de terra batida e cavalos abandonados nesta avenida era normal.

Casa do Cláudio em Cumbica - BASP

Para evitarmos que este cavalo também fosse transferido para a fazendinha da base, lá perto do Bosque dos Sargentos, na Av 1, no meio da mata fizemos uma cabana e um  cercado de bambus, amarrados com cipós e gravetos.

Todos os dias, com um facão, cortávamos capim gordura para o cavalo além de milhos e sal surrupiados das cozinhas de nossas mães.

Para fazermos a cela do cavalo, tivemos a idéia de irmos ao CEMITÉRIO DE AVIÕES que ficava na cabeceira da pista e pegamos um banco de um avião sucateado já semi desmontado e o improvisamos como uma cela.

Outro cavalo apareceu abandonado na mesma avenida perambulando solto, igualmente levado para o cercado, tratado e com nova cela de avião.

Estava formado o "Haras de Cumbica".

Pronto...o orgulho de montarmos nossos cavalos, muito bem tratados pela Vila dos Sargentos era compartilhado de todos os meninos de Cumbica e todos davam suas "galopadas" pela vila, inclusive brincando de "cow boy" com laçadas.

Mas a alegria não durou muito, pois logo os comentários chegaram aos ouvidos do Comandante da Base, que outra vez enviou os cavalos para a fazendinha.

Para matarmos a vontade de andar de cavalo e ver "nossos cavalos" íamos até a fazendinha e aproveitávamos para pegar goiabas das inúmeras goiabeiras existentes por lá...

... mesmo a contra gosto do responsável pela fazendinha.


Esta história, verdadeira, é em homenagem ao amigo Cláudio Garcia, filho do Sargento Garcia (pancho Garcia) por nos termos reencontrado após 43 anos e me enviou um email relembrando esta historia:

Trecho do relato enviado pelo menino de Cumbica, Cláudio Garcia, por Email, relembrando emocionado deste fato:

Cláudio Garcia

""OS CAVALOS QUE PEGÁVAMOS FORA DA BASE QUE TRAZÍAMOS E OS ESCONDÍAMOS NAS CABANAS QUE FAZÍAMOS NO MATO COM BAMBU, CIPÓ E GRAVETOS E OS ALIMENTÁVAMOS DE MILHO E SAL, QUE PEGÁVAMOS ESCONDIDOS DE NOSSAS MÃES E CAPIM GORDURA, AS CELAS QUE IMPROVISÁVAMOS ATRAVÉS DE BANCOS DOS AVIÕES SUCATEADOS NA BEIRA DA PISTA, ENFIM, MUITA SAUDADE MESMO DAQUELES TEMPOS, MEU QUERIDO AMIGO!! ""

Tempos que não voltam mais, mas que jamais se vão.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

APÓS A CHUVA

Mas, como tudo na vida, existem aqueles dias cinzentos, com nuvens carregadas, com chuviscos intermitentes, com ventos úmidos e frios, dias que se repetem um após outro sem que apareça qualquer abertura nas nuvens e ficamos sem ter o que fazer, principalmente nas férias de verão, época das chuvas.


E muito destes dias eu ficava na janela de frente de casa, lá na Vila dos sargentos, olhando para a chuva que não queria cessar, vendo os pingos correrem pelos vidros da janela, um seguindo o caminho do outro, caminho tortuoso e instável.


Num destes dias, fui na minha estante de livros e lá estava " Rosinha minha canoa", um livro belíssimo que todos deveriam ler e o autor, José Mauro de Vasconcelos, no prefácio explica este livro:

"explicação"
... antigamente, quando escrevia, deixava entrever minha ternura mas com muito medo. Queria que todos os meus romances cheirassem a sangue eviessem rotulados com o carimbo de: machos pra burro. Foi preciso que chegasse aos quarenta anos para perder todo o terror de minha ternura a derramar por minhas mãos que queimam de carinho (quase sempre semter ninguém para o receber) a simplicidade deste meu livro. Leia-o quemquiser. De uma coisa estou certo: não tenho nada de que me desculpar perante o público. Apresento, pois, rosinha, minha canoa

E nestes dias cinzentos, ler este livro era como um raio de sol  passando por entre as nuvens de chuva, era olhar a natureza com outros olhos, ver as árvores e o mato como seres vivos necessários à nossa própria vida e desta forma, conseguir escutar todas as alegrias e lamentos da mata, das árvores e Cumbica nos apresentava e ainda apresenta nos dias de hoje toda esta exuberância verde.



Do alto, fica perfeitamente claro que Cumbica faz parte desta natureza, onde a mata e o homem vivem em perfeita harmonia.


E nada mais perfeito de se ver e sentir o perfume da natureza após as chuvas e o retorno do sol e é nesta sinfonia perfeita da orquestra natureza é que vivemos um dia e vivem hoje os meninos e meninas de Cumbica e seus sorrisos é a prova disto mostrados em apenas alguns MENINOS E MENINAS DE CUMBICA...



















Estes meninos e meninas de Cumbica num reencontro após 40 anos



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A MAGIA DA BRINCADEIRA DE RODA !

Ninguém pode imaginar, nem sentir a alegria de criança ao acordar naquele sol da manhã de Cumbica, lá naquela maravilhosa Vila dos Sargentos, na BASP.

Ir para a rua e ver os amigos já de bicicletas num sorriso largo... outros com bolas, ou piões e as meninas com suas bonecas, pulando cordas, pulando amarelinha ou brincando de rodas.

Em meio às gritarias, um bando de passarinhos revoando atrás de insetos ou de seus filhotes, os cachorros fuçando aqui e acolá, correndo entre nossas pernas...

Tudo isto, numa cena comum, de dia-a-dia, de um paraíso onde a criatividade das brincadeiras se sobrepõem às televisões, brincadeiras que jamais deveriam acabar.

Não deveria ser só uma semana e sim sempre

Mas, ver as meninas brincarem de roda, com todas aquelas cantigas, era maravilhoso:


Capelinha de melão

Capelinha de melão
É de São João
É de cravo, é de rosa,
É de manjericão
São João está dormindo
Não acorda, não
Acordai, acordai,
Acordai, João! 

Caranguejo

Caranguejo não é peixe
Caranguejo peixe é
Caranguejo não é peixe
Na vazante da maré.
Palma, palma, palma,
Pé, pé, pé
Caranguejo só é peixe, na vazante da maré!

Atirei o pau no gato
Atirei o pau no gato, tô
mas o gato, tô tô
não morreu, reu, reu
dona Chica, cá cá
admirou-se, se se
do berrô, do berrô, que o gato deu, Miau! 

Ciranda cirandinha

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar, vamos dar a meia-volta, volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou
Por isso, D. Fulano entre dentro dessa roda
Diga um verso bem bonito, diga adeus e vá-se embora
A ciranda tem três filhas
Todas três por batizar
A mais velha delas todas
Ciranda se vai chamar

Escravos de Jó 

Escravos de Jó
Jogavam caxangá
Tira, bota, deixa o Zé Pereira ficar.
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue zá.

A canoa virou

A Canoa virou
Pois deixaram ela virar
Foi por causa da (nome da pessoa)
Que não soube remar
Se eu fosse um peixinho
E soubesse nadar
Eu tirava a (nome da pessoa)
Do fundo do mar
Siri pra cá
Siri pra lá
(Nome da Pessoa) é bela
E quer casar

Nós, os meninos, ficávamos parados olhando as meninas com toda esta alegria e nossos corações se alegravam com elas, prenunciando num futuro próximo os bailinhos dos sábados nas garagens.

Vamos brincar?


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

TELEFONIA À DISTÂNCIA

Parecia que não havia mais o que inventar, mas não era bem assim. Minha irmã veio com um brinquedo caseiro que realmente funcionava: duas latas de leite condensado amarradas com um barbante no fundo das latas e podíamos conversar à distância.

Eu e meu amigo Dídimo, vizinho ao lado de minha casa, tivemos uma idéia brilhante.

Pegamos um rolo de barbante que a Dna Odíla, mãe dele, usava para fazer crochê e aumentamos o fio das latas de maneira que da minha casa eu falava com ele.

Mas não parou por aí. Jogamos as latas em cada telhado e subimos cada um em seu telhado e tivemos a primeira extensão telefônica da Vila dos Sargentos. Passamos horas conversando pelas latas, conversa interrompida de vez em quando devido um pardal insistir em ficar em nossa linha, ou quando eu ficava contemplando do alto do telhado as crianças brincando na Av 3.

Em cima dos telhados destas duas casas, subindo ao telhado pelos furos das varandas

A brincadeira foi até que nossas mães começaram a nos chamar e quando nos viram em cima dos telhados, levamos uma bronca tremenda.

Tudo bem, descemos contrariados, mas a linha permaneceu nos telhados e no dia seguinte, lá estávamos de novo "telefonando", contando as novidades.

Nova bronca, castigo e linha retirada.

A solução foi fincar no chão, no quintal atrás de cada casa dois cabos de vassoura para encaixar as latas com aquele fio bem esticado e quando eu voltava da escola, gritava para a casa do Dídimo:
""Dídimoooo....telefone!!
Ele corria para a lata e falava:
""Alô...pronto!!
Eu respondia:
""Vamos jogar bola!!""

E íamos rindo de nosso telefone mas quando voltamos...

Novo castigo por causa dos cabos de vassoura.

Pura inveja de nossos "celulares".

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

BRINCADEIRA MAIS SEM GRAÇA !!!


E, um dia, apareceu o Cláudio com um pião de madeira, que com uma corda, atirando-o ao chão, rodava por muito tempo sem parar e algumas vezes ele pegava o pião ainda girando na palma da mão.


Não deu outra, a febre do pião estava estabelecida na Vila.

Como o pai do Celso, o Sgto Ávila, havia construído e inaugurado uma padaria em frente ao Portão da Guarda, no lado externo da Base, em Cumbica, fomos a pé até lá, pois o Celso disse que na padaria do pai dele havia pião pra vender.

Sem dúvida, havia um pote de vidro grande, com a boca bem larga, cheio de pião e, lógico, cada um dos meninos de Cumbica comprou o seu.

Dia após dia treinávamos com nosso pião, inclusive levando-o a escola para treinar na hora do recreio e ficamos muito bom nisso.

Pronto... todos bem treinados e logo começamos o campeonato de pião, onde se colocavam vários piões dentro de um círculo e, após "par-ou-impar", iniciávamos a prova, sendo que seria eliminado o pião que saísse fora do círculo e para isto, jogávamos o pião, girando, em cima dos outros até sobrar um só pião no círculo, o vencedor da prova.


Por um certo tempo tudo foi normal, ganhando ou perdendo, até que inventaram que quem tirava o pião do círculo ficava dono do pião eliminado e aí, o tempo esquentou, pois quem era eliminado não queria entregar seu pião.

Mas, um dia, todos reunidos para outra partida de pião, valendo eliminação e perda do pião, apareceu a Telma Thomás com seu pião e quis entrar na competição e achamos que seria uma "presa" fácil, cedemos a ela a primeira jogada do pião.

Todos os piões no centro do círculo, ela pegou o dela, enrolou caprichosamente o cordão nele, mirou no centro e jogou!!!

Acertou em cheio todos os piões jogando-os todos fora do círculo e o dela ficou orgulhosamente girando dentro do círculo, para desespero geral.


Brincadeira mais sem graça!!!

Acabou a febre do pião.