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sábado, 8 de dezembro de 2012

"O chicote na porta do Fariiiidddd...com os nossos cavalinhos!!" - Por Cláudio Garcia -



A moda da hora era chicotear!




Ao entardecer, uma das nossas brincadeiras prediletas, era nos reunir no início da Av.1(quase em frente a casa do SO Farid).



à esquerda a casa do SO Farid


Lá havia uma ladeira de pouco movimento que dava acesso a um dos pontos da Av. Monteiro Lobato, e que era bem próprio para a prática de Equitação com os nosso cavalos.

Era tipo de um ponto de encontro...para mais uma das traquinagens dos Meninos(a) de Cumbica.

Neste momento vesperal, lá nos reuníamos!:...alguns com cavalos de verdade, trazidos naquele momento do nosso "Haras" de Cumbica; cavalos esses, que viviam perambulando soltos pela Av. que ladeava as cercanias da Basp(Av. Monteiro Lobato), que naquela época era de terra batida e cavalos abandonados nesta avenida era normal. Tínhamos bastante deles guardados em nosso "Haras"!





Não havia cavalo para todos, tamanha era a demanda dos Meninos(a) de Cumbica, e alguns se utilizavam de seus cavalinhos de pau(improvisados com cabos de vassoura e bambus)...
Mas, o que não podia faltar era o "chicote"! 





Bastava o primeiro Menino chegar ao local do encontro e começar a chicotear, que os demais iam se aproximando e também respondendo ao estalar de seus chicotes e se reunindo aos demais..."já pra desespero do Sgto Farid!"

Numa determinada tarde, quando todos já la estavam reunidos e se divertindo...estavam lá: Eu, Edson, o Milton, o Lucélio, o Wade, o João Alves, o Giba, o Ricardo, o Alexandre, o Roberto, o Beco, os Moritz, o Marcão e outros ...chicotadas ao vento, pra lá e pra cá...(o barulho era ensurdecedor), o estalar dos chicotes pareciam pronunciar o "Eco" Fariiiiiidddd...

O Sgto Farid enfurecido com a algazarra dos Meninos, soltou seu cachorro, que parecia ser um mestiço policial, em nossas direção...





Os que estavam em cima de cavalos ficaram protegidos, mas os que estavam com cavalinhos de paus foram o alvo predileto do cachorro do Farid...a maioria correu pro mato, alguns subiram em árvores, outros entraram de portão a dentro de algumas residências, e por aí a fora.

O alvo do cachorro passou a ser o Lucélio, que deu uma corrida nele até a porta da nossa casa, quase conseguindo mordê-lo...tentei de todas as formas, protegê-lo, pois eu estava em cima de um dos cavalos, o que evitou que o Lucélio fosse mordido pelo cão danado.



Lucélio


Meu pai(Sgto Garcia), foi tomar satisfação com o Farid e a coisa ficou feia!



E para salvar a situação, nada melhor nesta hora do que o...

ZORRO !!!







segunda-feira, 12 de novembro de 2012

NOVO ENCONTRO DOS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA


ENCONTRO DOS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA-09/03/2013





ATENÇÃO MENINOS E MENINAS DE CUMBICA


ENCONTRO DOS BASEANOS DIA 09 DE MARÇO DE 2013

LOCAL:

CIA DOS ESPETINHOS
RUA TAPAJÓS, 56
GUARULHOS
A PARTIR DAS 20 HORAS

FONE DO LOCAL (11) 2442 - 7977

É IMPORTANTE FAZEREM A CONFIRMAÇÃO NO FACEBOOK, NO GRUPO "MENINOS(AS) DE CUMBICA, EM EVENTOS.

CLIQUE EM EVENTOS NO TOPO DA PÁGINA E FAÇA A CONFIRMAÇÃO DE PRESENÇA E COMUNIQUE QUANTOS ACOMPANHANTES EM COMENTÁRIOS.

NÃO FALTEM

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A CUECA DO CLÁUDIO

Naqueles maravilhosos anos 60 e 70 na Base Aérea de São Paulo, em Cumbica, nossa turma de meninos e meninas sempre estava se reunindo para acampamentos, pescas, futsal, volei, bailinhos e natação.

Ocorre que dentro da Base não havia um clube, portanto não havia piscina e, quando permitido pelo comando, íamos nadar na lagoa que fica bem no início da ladeira com destino às vilas dos oficiais e sargentos, mas normalmente nadar nesta lagoa era proibido por não haver disponibilidade de salva-vida para tomar conta da meninada.

Lagoa da BASP

Para resolvermos este problema, ou nadávamos nas águas do Rio Baquirivu nas cercanias da BASP ou na represinha, um local escondido nas matas bem próximo na vila dos oficiais.

Represinha

Acontece que nossos pais ficavam temerosos que nós fôssemos nadar na represinha e nos proibiram. 

Mas jamais poderíamos deixar nosso recanto de lado e sempre que podíamos, estávamos na represinha na maior algazarra.

Um dia, o Cláudio disse que o pai dele ameaçou de dar-lhe um belo corretivo se voltasse a nadar na represinha e devido a isso ia tentar descobrir uma forma de continuar indo.

Cláudio, do meio

Não demorou muito e o Cláudio já tinha uma solução: levar uma cueca sobressalente para evitar de retornar com a calça molhada, pois todos nadávamos de cuecas e quando vestíamos calção ou bermuda por cima, o molhado na roupa logo nos acusava do "delito" e, para não precisar toda hora levar uma cueca, ele deixava sempre a cueca molhada escondida em baixo de uma árvore Pitangueira.

E um dia, o Cláudio disse que o pai dele havia sido transferido de Cumbica para o Rio de Janeiro e em pouco tempo se mudaram. E foi triste para todos nós ver aquela casa vazia.

Casa do Cláudio

O tempo passou, 43 anos, e o Cláudio não se esquece da Represinha e nem da cueca que deixou em baixo da raiz da Pitangueira e num pedido solene disse:

Cláudio Garcia: Edson, se você for no sábado lá em Cumbica, aproveite para dar uma passadinha na nossa represinha, me fazendo um favor...dá uma olhada lá em baixo de uma pitangueira, tem um pé de gabiroba que eu usava como esconderijo...pra ver se você acha a minha cueca lá...tem mais de 40 anos que a escondi lá... Será que está lá ainda? Abração!


Não era possível negar um pedido deste, de sonho de criança que jamais se acaba, e fui. 

Entrando na mata, localizei a represinha que apesar da mata fechada, demonstrando que há muitos anos aquele recanto não era frequentado, encontrei a Pitangueira e depois de muito cavocar aquelas folhas que se acumulam por anos ao pé da árvore, uma imagem do túnel do tempo...

                                    

... lá estava pacientemente a cueca do Cláudio aguardando por muitos anos o retorno daquela criança feliz para mais uma vez mergulhar nas águas de nossa represinha 





terça-feira, 2 de outubro de 2012

OS OTHECHAR

... e num belo dia dos anos 60, apareceu ele, com físico avantajado, cabelos castanhos escuro, um topete que dava inveja ao Élvis Presley e um sotaque que não deixava a menor dúvida, "uai sô".


--- Ei, qual é teu nome?
--- Ricardo, uai ! Sou filho do SO Alberto. "Chegamis"de Lagoa Santa, lá de "Minis", uma cidade "pertim" de Belô. Tenho três irmãos, um "minim" e duas "minins" e logo deve chegar outro "minim", porque mineiro que tem cinco filhos é considerado tudo filho único, rá rá rá ! Meu irmão é o Alexandre e minhas irmãs, a mais velha é a Cristina e a menor é a Denise. Eu torço pro Galo (Atlético Mineiro) e meu irmão pra Raposa (Cruzeiro). Minha mãe é Dona Eneida, uma fera!! rá rá rá ! Estamos morando nas casas novas da Av 3.

Casa dos Othechar


O Ricardo, no nosso time de futsal, o Ícaro, era o nosso principal jogador de defesa, pois ou passava a bola ou o jogador, nunca os dois juntos e dono de uma possante canhota que colocava o goleiro adversário dentro do gol junto com a bola. Terrível era os "carrinhos" que dava para desarmar a bola do atacante adversário, fazendo sua vítima "voar" sempre pra fora da quadra e falava: < FUI NA BOLA !!! > .O Ricardo gostava de comer de tudo, principalmente os sanduíches preparados pela Dna Eneida e ele falava <"trem bão sô" > e nós ficávamos todos com água na boca.


O difícil era a turma conseguir ficar sentada na Kombi do SO Alberto quando o Ricardo dirigia, pois ele de propósito não desviava dos buracos e vivíamos dando cabeçadas no teto da Kombi.

Ah!! e o Alexandre ?! nunca vi aquele moleque com cara triste, estava sempre aprontando alguma coisa, sempre pronto pra qualquer traquinagem, o primeiro a querer nadar no areial ou represinha, mesmo com a proibição do paizão SO Alberto. Dizem que ele arrumou um "bico" pra vender doces na bomboniere do cinema da Base só pra assistir aos filmes proibidos e a verdade é que sempre no dia seguinte ao filme, ele contava com os olhos arregalados tudo o que viu e o resto da turma ficava "babando".

Alexandre com seu irmão Fábio

E a Denise não desgrudava da turma dela, indo à escola juntas, festas e até na primeira Comunhão
Deise, Tânia, Denise e Tânia Valéria

A Cristina, uma bela moça, estudiosa e adorava "torrar" na piscina do Clube dos Sargentos. Adorava ensinar "francês", matéria que dominava bem no Colégio Conselheiro Crispiniano.

O Fábio, nascido em Cumbica, ainda nenê já dominava toda a família. 
Alexandre, uma amiga, SO Alberto e Denise

E a grande chefe da família sempre foi a Dona Eneida, que colocava a todos no"trilho", pelo bem ou por umas belas palmadas! Mas que a comida mineira feita por ela era deliciosa, não há nenhuma sombra de dúvida, principalmente o "leitãozim à pururuca", que deixava os "minins" malucos.

Cristina e Dona Eneida
Alexandre
Denise
Ricardo

Uma feliz família dos Meninos e Meninas de Cumbica

domingo, 30 de setembro de 2012

A VINGANÇA DO JOÃO PARA O "PINÓIA"

Quem não lembra do "Pinóia"? Um menino desengonçado, com jeito caipira de falar pois sua origem devia ser do interior de São Paulo e o apelido dele, "Pinóia, era uma referência a esta forma de falar pois quando fazíamos alguma pergunta que ele não gostava:

--- Você é caipira ?
E ele respondia:
--- Caipira é uma pinóia.

Campinho "graminha"


Jogar futebol com o Pinóia na "graminha" era uma tristeza pois ele era especialista em mandar a bola bem pra longe, para os quintais das casas da AV 2 e sempre acertava algum lençol pendurado em algum varal e a marca da bola era a maior testemunha desta traquinagem e uma das maiores vítimas das marcas de bola nos lençóis era a mãe do João Alves, Dna Zélia, pois a casa dela ficava bem abaixo do campinho e sempre acabava deixando o João de castigo...


... e o Pinóia vivia rindo do João quando ficava de castigo.



Certa vez, não teve como o João não se vingar do Pinóia.

Depois de muita gozação pelo castigo, o João celou a sorte do Pinóia.

Pegou uma bola de futebol velha, retirou a câmara, e preencheu o espaço vazio com areia e pedras pequenas, costurando de volta o rasgo.

Pegou a bola e saiu com ela de baixo do braço e foi chamando a turma toda pra jogarmos futebol na graminha e o seguimos pela vila, na Av 2 quando apareceu o Pinóia logo gritando para o João:
--- Vai João..."sorta a bola pra nóis chutá". E o João continuava segurando a bola.

Av 2 - local que o pinóia chutou a bola


Depois de muita insistência do Pinóia, o João disse pra ele:
--- Tá bom !! corre lá na frente que eu jogo a bola e você vem correndo e chuta ela pra mim de volta.

Dito isto, o Pinóia correu  e já distante gritou para jogar a bola, e todos nós ficamos olhando, sem entender o que estava acontecendo.

O João jogou a bola rasteira com velocidade e gritou para ele chutar a bola de volta.

O Pinóia disparou em direção à bola e quando chegou, preparou um tremendo chute e quando acertou a bola, esta continuou seu caminho e o Pinóia literalmente voou para frente, caindo de barriga no chão e todos ficamos pasmos.

O João dando risadas levantou-o do chão e disse:

--- Não quero mais gozação tua. Aprendeu a lição?
Ele respondeu:
--- Aprendi uma pinóia.


Quando pegamos a bola, foi então que entendemos a traquinagem do João e desatamos a rir.

Não ia ter futebol naquele dia.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

ACAMPAMENTO COM FORMIGAS - Por Lucélio Garcia


Todos os moleques haviam se preparado para um acampamento na serra, logo após a pista de aterrissagem da Base de Cumbica.



A turma estava alegre porque viram que acampar era uma coisa muito simples. Cada um arrumou o que podia para não faltar no dia marcado para o grande acampamento.
Edson falou com seu pai e pegou um grande pedaço de lona; os Drummond disseram que levariam algumas panelas para fazer comida(não sabiam fazer nada); o Marcos se gabava dizendo que ele é que entendia de acampamento e levaria algumas canas e laranjas para o pessoal comer; o Lucélio e Cláudio se prontificaram a levar uma lamparina e cobertor.




No dia marcado, subimos a serra, escolhemos um bom local e logo começou a escurecer, quando Marcos falou:
- Pessoal, estou com fome. Vou cortar alguns pedaços de cana para passar o tempo.
E todos então começaram a comer os pedaços de cana e laranja, jogando os bagaços ao redor do acampamento.




A noite veio bem escura e lá pela madrugada todos acordamos com um barulho de mato se mexendo, e levantamos gritando!



- Ei, quem está aí? Apareça se for homem!
Ninguém apareceu, começamos a ficar apavorados e o barulho aumentou...
Quando acendemos a luz do lampião, ficamos pasmos com a quantidade de formigas saúvas gigantescas, comendo os bagaços de cana jogados ao redor do acampamento. Era tanta formiga que mal dava para ver a diferença entre o chão e o mato. E elas começaram a entrar no acampamento.



De repente, o Marcos ficou tão apavorado que pegou uma lata com querosene e espalhou o líquido no mato e ateou fogo e o fogo se alastrou rapidamente, queimando tudo.
No final das contas, não conseguimos matar as formigas e ainda perdemos todo o querosene do lampião. Ficamos no escuro e tivemos que dormir em cima das árvores porque o chão ficou com aquele cheiro de formiga queimada...






segunda-feira, 17 de setembro de 2012

BAILE DO SACO


Um dia, passando lá pela casa do Wade, ele estava limpando a garagem, jogando coisas velhas no lixo, separando coisas ainda úteis das inúteis.

Casa do Wade à esquerda 

Intrigado, perguntei se ele estava surtado e ele dando uma risada marota disse:
--- Estou preparando uma surpresa para a turma...

Avisei a todos que o Wade estava um tanto estranho e retornamos à casa dele e a garagem já estava um brinco, bem limpa e ele disse:
--- Pessoal, está tudo pronto, vamos fazer um bailinho aqui na minha garagem no próximo Sábado. Avisem as meninas para prepararem tudo e o The Hards para trazer os instrumentos e convidem as meninas do Conselheiro Crispiniano (colégio) também. Será o "Baile do Saco", que acabei de inventar e não perguntem mais nada. Sábado vocês vão ver como é.

Não precisou muito para irmos às casas de toda a turma para comunicar e preparar a festa.

Todas as meninas ficaram animadas e iniciaram a preparação, com salgados e doces e os meninos comprando bebidas, coca-colas e Rum.

Durante a semana, no colégio, convidamos algumas meninas "más de famílias boas" e outras meninas "boas de famílias más".

Chegado o grande dia, depois do alvoroço da preparação, o The Hards bem ensaiado com ótimas seleções de músicas...

 vitrola testada por diversas vezes para não dar problemas e até um Rádio sintonizado na antiga Rádio Excelsior FM "A Máquina do Som", que no meio das músicas, de repente o volume abaixava e um locutor falava "EXCELSIOR" e em seguida o volume aumentava de novo, um charme do fim dos anos 60 e dos anos70.

Chegada a hora, todos chegando e os perfumes davam o tom da moda: Lancaster, Rastro, Fleur de Rocaille, Hora Íntima, Sandalo, Chanel nº 5, etc




As calças Lee "boca de sino" dominavam, anéis "BRUCUTÚ" dos esguichos dos fuscas em todas as meninas...

... e os que fumavam, consumiam o cigarro Minister ou Hollywood...


... e os meninos, todos com sapatos com saltos "carrapetas", cores fumaceadas e alguns com chapinhas cromadas nas pontas.

E a surpresa do Wade começou...

Cada menino que chegava recebia um saco de estopa e foi explicado que para convidar alguma menina para dançar, teria que mostrar o saco e ao começar a dançar, teriam que vestir o saco por cima, ficando os dois dentro do saco.

No começo, nenhum menino se atreveu a colocar o saco, porém as meninas convidadas que vieram de Guarulhos adoraram a ideia e logo aderiram ao saco e as músicas iam tocando e os pares dançando dentro dos sacos, num calor terrível !!!

As meninas de Cumbica ficaram muito bravas. Começaram a negar todas as danças e com o tempo foram se retirando do baile até ficarem somente as meninas convidadas e o baile se desenrolou "muito quente".


O resultado disso foi que as meninas deram um castigo a todos os meninos "gelando" a amizade por um mês sem qualquer tipo de conversa e bailes e o Wade se acabava em gargalhadas pela situação.