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quinta-feira, 26 de julho de 2012

AROEIRA BRAVA



Folclore e alergia


Todos conhecem ou já ouviram falar dos malefícios provocados pelo contato com certas plantas nossas denominadas "aroeiras". Claro que sim. Mormente aqueles que apreciam a vida do campo e das fazendas e se deliciam em ouvir histórias dos nossos caboclos, muitas delas versando sobre o poder diabólico da "árvore má", ou "aroeira".

"A aroeira é temida por seus eflúvios, que excitam de tal maneira o sangue a algumas pessoas, em só passar por baixo dela ou mesmo só com o aproximar-se a ela, que adoecem de maneira alarmante. A uns põe em estado que os assemelha aos atacados de sarampo e a outros deixa-os turgidos e inchados."


"É muito curioso o efeito que sobre certas pessoas produzem os gases ou evaporações da aroeira. Há pessoas tão sensíveis a estes gases que bastam repousar ou trabalhar um pouco à sombra de uma árvore para ficar com o rosto e outras partes do corpo inflamadas. A pele fica vermelha e produz comichão; às vezes até aparece febre, que desaparece depois de dois ou três dias".

Pio Correia faz referência à crença popular sobre os malefícios causados quer pelas emanações, quer pelo contato da citada planta, cujos eflúvios diabólicos são capazes de perturbar as próprias bússolas!
Nos dias que correm, essas lendas e superstições ainda persistem, convindo recordar uma superstição bastante difundida entre os camponeses, não só do Brasil como de países vizinhos, e que consiste em personificar a "aroeira", de cuja ação maléfica acreditam ficar livres se, ao saudá-la, o façam ao contrário: se é de manhã dirão "Boa tarde, senhora aroeira", e se é de tarde "Bom dia, senhora aroeira".

Outra crença menos difundida é a de que, para passar incólume debaixo das aroeiras é necessário usar os sapatos trocados de pé.

Mas, com toda certeza, ainda se passarão alguns decênios até que essas idéias novas sejam aceitas e compreendidas pelos nossos caboclos, pois as explicações científicas das crenças costumam encontrar resistência na alma do povo. Provavelmente, os nossos descendentes ainda terão oportunidade de ver o nosso homem do campo de chapéu na mão fazendo a saudação paradoxal ao entardecer: "Bom dia, senhora aroeira".

(Mendes, Ernesto. "Folclore e alergia". Folha de São Paulo. São Paulo, 4 de setembro de 1960)


E é história que se confunde com a nossa história em Cumbica.

Lá no fim da Avenida 1, na Vila dos Sargentos, seguindo por uma estradinha em direção ao antigo portão 2, há um bosque com muitas árvores, algumas centenárias e numa destas enorme árvores lá no alto fizemos uma cabana de madeira que para subirmos nela montamos uma escada pregada no próprio tronco da árvore e lá de cima, usávamos cipós para irmos em outras árvores, ou mesmo para nos jogarmos nos emaranhados de cipós que formavam uma verdadeira rede logo abaixo da árvore.

             

Ocorre que para irmos para nossa árvore, no caminho havia uma árvore Aroeira que exigia muito respeito nosso e muitas vezes acabávamos contaminados por ela e o resultado era a forte alergia por intoxicação, portanto, para podermos passar, sempre a cumprimentávamos:

"Bom dia senhora Aroeira, permita nossa passagem" ..., mas ela sempre acabava deixando um de nós doente e o Milton era uma vítima constante e ficava com os braços cheio de feridas de tanto se coçar.




  • Claudio Garcia 
    Nós tinhamos uma Cabana em cima de uma gigantesca árvore no bosque dos Sargentos, e tínhamos que pedir licença a essa Aroeira que ficava no meio do caminho de acesso à Cabana...e para podermos passar e ficar ilesos das alergias, era um ritual (simpatia que nossas mães nos ensinaram) que tínhamos que fazer. Tínhamos que pedir permissão a Aroeira, pra não ficarmos empolados. rsrsrsr...e não é que dava certo!? Quem esquecesse de pedir permissão ficava todo empolado e cheio de coceiras!!

Mas o que importava era brincar, subir nas árvores, andar de cipós gritando igual ao Tarzan que sempre assistíamos no cinema da Base, Cine Zé Carioca, sem medo da Aroeira.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O SUMIÇO DAS CORDINHAS



Uma empresa, fabricante de colchões, explorava e retirava os capins das matas da Vila dos Sargentos e Oficiais, em Cumbica.
Eles cortavam o capinzal, espalhavam o capim para a secagem até virarem palha e após, juntavam os feixes  com um maquinário especial, formando grandes fardos em forma de paralelepípedos amarrados com cordas para mantê-los nesta forma para a facilitação de transporte até a fábrica.


Feixes amarrados com cordinhas

Ocorre que nós, "meninos de Cumbica", também precisávamos de cordinhas para construção de cabanas,
haras, arreios, celas para cavalos, chicotes, fieiras para rodar pião, etc e estas cordas dos feixes vieram para atender nossas necessidades prioritárias, ainda mais que a "mata era nossa" e eles é que estavam agredindo nossa mata e com isso, estávamos defendendo nosso território tirando as cordinhas deles.

Não deu outra... até hoje os fabricantes de colchões procuram pelas cordinhas.


      • Edson Bartolo de Oliveira Inclusive, me lembro uma vez que estávamos indo para a escolinha, passando pela represinha, achamos uma caixa cheia de cordinhas coloridas e não deixamos nenhuma cordinha...levamos tudo!]
        sexta às 19:11 ·  · 2

      • Milton Bartolo Bartolo Cláudio. Com as palhas secas nós fazíamos cabanas. Lembra quando as construtoras começaram fazer as casa das Avenidas 4 e 5 e das casa dos oficiais perto dos dois prédios de apartamentos, e, nós pegávamos as madeiras das obras para fazer casinhas nas árvores, até que um dia um Sargento do Depto. de Obras do QG pegou a gente e mandou desmanchar as casinhas das árvores. Foi a primeira e única vez que eu fiquei com raiva de um Sargento.
        sexta às 20:08 via  ·  · 2

      • Dete Morais Nós fizemos várias cabanas no "quintal" de casa também, a melhor delas foi na primeira rua que moramos, meu pai foi limpando o mato até fazer um bosque atrás de casa, era ótimo brincar ali...
        sexta às 20:13 ·  · 2

      • Cláudio Garcia É isso aí Edson, a mata era nossa, eles é que eram os invasores...rsrsrsrs
        sexta às 20:34 ·  · 1


      • Milton Bartolo Bartolo A mata era nossa, a Base era nossa, e, a represinha era mais nossa do que nunca, melhor do que todas as Piscinas que já nadei até hoje.sexta às 20:47 via  ·  · 
        2


                                                      Represinha




      • Claudio Garcia É isso aí Milton , com a gente não tinha tempo ruim, todo material que encontrávamos, era de bom tamanho, nós sempre tínhamos onde aproveitá-los...nas cabanas, nos estábulos, nas casinhas nas árvores, nos bosques, etc...a nossa inteligência era super criativa...pra desespero de muitos...rsrsrsrs
        sexta às 20:47 ·  · 1

      • Milton Bartolo Bartolo Turma o Bono do U-2 está querendo conhecer a Banda The Hards e também está querendo nadar na represinha da Base...Rs.Rs.Rs....(brincadeira)
        sexta às 20:49 via  ·  · 2


      • Claudio Garcia A verdade tem ser dita: Nós deveríamos ter direitos adquiridos na Área de toda a BASP,...com acesso livre e prioritário à mesma, por tudo que aprontamos!...O comandante da Base deveria de nos oferecer uma "Credencial" de "Honras ao Mérito" para livre acesso e nos brindar com pelo menos um pedaço de todo aquele território que ainda restou, pra preservarmos a Vila Residencial nossa, só nossa dos "Meninos de Cumbica", que quando crianças e adolescentes soubemos explorar e conservar com muita dedicação, carinho e amor. Merecíamos ser condecorados com uma "Estatueta" bem localizada, preferencialmente na parte mais alta da Vila dos Sgtos, com o nome de todos nós Meninos de Cumbica que por ali passaram! rsrsrsrsrsrsrs...MERECEMOS NÉ GENTE!!
        sexta às 21:33 ·  · 2

      • Edson Bartolo de Oliveira CLÁUDIO!!! ESPETACULAR IDEIA !!! A BASP É NOSSA...SEMPRE FOI E TODOS OS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA DEVEM SER IMORTALIZADOS NAQUELAS TERRAS QUE SEMPRE SERÃO NOSSA.
        sexta às 21:58 ·  · 1

      • Claudio Garcia SIM, EDSON...A BASP É NOSSA E SEMPRE FOI!! OS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA DEVEM SER IMORTALIZADOS. VAMOS CORRER ATRÁS DOS NOSSOS DIREITOS.
        sexta às 22:46 ·  · 2

      • Milton Bartolo Bartolo Concordo com a idéia do Claudio. A BASP é nossa...
        Ontem às 11:46 via  ·  · 1

      • Milton Bartolo Bartolo É isto aí. A turma era brava e criativa. Daí saíram grandes seres humanos, grandes Filhos e Grandes Pais. Tudo graças a BASP e nossos Pais que nos deixaram como herança, em nossos corações a nossa grande BASP.
        há 23 horas via  ·  · 1

      • Rubens Lopez Drummond Falando em palha ... Eu me lembro da forte rinite alérgica que os colchões e travesseiros de palha me provocavam. O nariz e os olhos viviam inchados.
        há 17 horas ·  · 2

      • há 15 horas ·  · 1

      • Edson Bartolo de Oliveira Cláudio!! estou preparando esta história também !!!
        há 15 horas ·  · 1

      • Claudio Garcia Essa merece, Edson!!
        há 15 horas ·  · 1
      • há 15 horas ·  · 1

      • Claudio Garcia O pessoal da firma que explorava o capinzal, ficava doidinho com a gente!! rsrsrsrs...
        há 9 horas · 

Estes acima são apenas alguns dos meninos e meninas de Cumbica e nas palavras deles dá para vivificar todo amor pela Base Aérea de São Paulo, Cumbica até os dias de hoje.