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segunda-feira, 1 de abril de 2013

COMO ERA BOM IR AO REEMBOLSÁVEL

Pois é...quase todos os dias, todos nós lá no campinho inclinado, a graminha, num jogo de futebol frenético onde todos corríamos atrás da bola, de um lado ao outro, tentando acertar aquele gol de "três passos", com uma camisa de cada lado, num montinho que sugeria ser os postes e a trave ilusória era a nossa altura de um pulo, ou seja, se a bola passasse acima deste pulo era "fora", e todos aceitavam.


Normalmente as partidas eram de 5 gols...o time que marcasse primeiro os cinco gols ganhava o jogo e depois montava-se outro time com os meninos que estavam aguardando de fora.

E os meninos de Cumbica estavam todos lá, eu (Edson), o Milton, o Oscar Varella, o Ricardo, o Luiz Sávio, Cláudio, Lucélio, João Alves, Raimundo Cassulino, Décio Cassulino, Pedro Cassulino, Dídimo Serra,   os irmãos Rocio, Adelmo, Pinóia, Celso Ávila, Leoni, Adolfinho e Castilho.

Num "par-ou-impar" íamos escolhendo o time, um de cada vez e ficava o time da camisa contra os sem camisa.
O drama era quando a bola num chute sempre mal dado ia pra cima do varal das casas de baixo, com os lençóis imaculadamente lavados e devidamente "carimbados" com a bola.
O apito final das partidas era sempre o chamado das mães para o almoço, ou jantar, ou estudar:

<< Edinhoooooo.....Miltinhoooooo>>

<< Dìiiii- diiiiii- mooooooo >>

<< Pedrinhoooo,  Décinhooooo, Mundinhoooo>>>

E assim os chamados iam se sucedendo, numa sinfonia de uma grande ópera que ecoava até pelas montanhas da Serra da Mantiqueira.

São ecos que duram mais de 40 anos, que não param milagrosamente de nos chamarem, por nossas cuidadosas mães.

Lá está o campinho, a Serra da Mantiqueira, as mesmas casas hoje branquinhas e outrora coloridas,


 ... as mesmas avenidas e ladeiras.


Os mesmo arbustos e abacateiros e hoje árvores majestosas. O bosque milagrosamente ainda imaculado, cujas entranhas somente são conhecidas pelos meninos e meninas de Cumbica, a represinha, um cantinho do céu  bem escondido, ainda esperando pelos meninos pularem com algazarra em suas águas, cuja nascente jurou que somente secaria quando o último menino de Cumbica estivesse no céu e aí então ela se evaporaria e subiria em nossa direção, porque ela também foi feita com nossas lágrimas de alegria.


A quadra de volei de tantas festas juninas, de tantos jogos de volei e tanta paixão.


Os Clubes, onde desabrochavam as emoções de meninos e meninas que jamais se esquecem


...e no cinema da BASP,


... onde Rita Lee explicava:

No escurinho do cinema
Chupando drops de anis
Longe de qualquer problema
Perto de um final feliz...
Se a Deborah Kerr
Que o Gregory Peck
Não vou bancar o santinho
Não!
Minha garota é Mae West
Eu sou o Sheik Valentino..
Mas de repente o filme pifou
E a turma toda logo vaiou
Acenderam as luzes
Cruzes!
Que Flagra!
Que Flagra!
Que Flagra!
Uauauauauá!
Larará! Larará...

E, ainda hoje chego acordar de madrugada, num sonho feliz, escutando minha mãe chamar:

<< Edinho, levanta...vamos com o papai ao Reembolsável >>

Portão cinza do Reembolsável

E eu vou.







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