Total de visualizações de página

domingo, 5 de agosto de 2012

O AVIÃO DE PAPEL

A Vila ao centro e a pista acima

Lá da Vila dos Sargentos nos idos anos 60, em frente minha casa, eu via quase toda a pista dos aviões e ficava vibrando vendo os aviões da BASP decolando, treinando acrobacias, tiros, lançamento de bombas, salvamento, rasantes impressionantes e aterrissando de todas as formas, no início, meio, fim da pista ou arremetendo para outras tentativas. Eram os  Bombardeiros B-25, os de treinamento de caças NA-T6, o de salvamento SA-16 Albatroz, os cargueiros, transporte e paraquedistas C-47, os helicópteros H-13 (bolinha), H-19 e o SH-1D (sapo).
B-25 da FAB - 1967

NA-T6 Esquadrilha da Fumaça FAB

C-47 - 1966

Eu conhecia estes aviões até pelo ruido dos motores além de ter voado neles.

Da mesma forma, eu literalmente "depenava" algum caderno escolar antigo tirando suas folhas fazendo diversos aviões de papel, um tipo robusto, curto, que planava maravilhosamente com longos voos, outro cumprido, tipo avião de caça bicudo que voava com grande velocidade e distância, mas com voos curto e preciso.

Meus aviões de papel faziam de tudo, até levavam passageiros especiais, os besouros, que muitas vezes saiam voando quando percebiam que estavam no alto e isto me deixava maravilhado.

Um dia, inventei um avião de papel da "esquadrilha da fumaça " colocando no meio de sua "fuselagem" pó de terra especialmente escolhido, muito fino e marrom que quando eu atirava o avião no ar, saia um "risco" de pó por trás dele parecendo a fumaça daqueles incríveis aviões. O problema era quando um vento contrário muito forte jogava aquele pó em meus olhos e eu ficava parecendo um índio com máscara de pó, mas eu nunca desistia.

Um dia eu pensei em fazer um daqueles aviões um verdadeiro bombardeiro, colocando pequenos gravetos de bambu em sua fuselagem que no alto, naquelas manobras bruscas do avião de papel, um looping, os gravetos se soltavam e caiam ao solo e eu imitava o barulhos das bombas com a boca quando eles se chocavam ao solo.

O problema foi que numa destas preparações dos gravetos de bambu, forçando com uma faca, uma lasca do bambu penetrou dentro da unha do meu dedão da mão direita até o fundo, ficando somente uma pontinha para fora.

Muita gritaria e choro junto com minha mãe que aflita pediu socorro ao Sargento Travassos, enfermeiro, que morava a duas casas próximo da minha casa e ele me acudiu correndo. Pegando uma pinça de tirar sobrancelhas e numa tentativa só retirou totalmente a lasca de bambu de minha unha.

Na minha unha do meu dedão da minha mão direita tem até hoje a marca deste salvamento!!

E hoje meu aviãozinho de papel carrega uma lágrima preciosa daqueles olhos, que jamais deixarei cair.





2 comentários:

  1. É importante que as pessoas coloquem datas nas fotos. Assim será possível identificar pessoas e esquadrões.

    ResponderExcluir

Faça seu comentário.