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quinta-feira, 12 de abril de 2012

O GRANDE IMÃ

1970
... estava chegando o tempo de ir embora para sempre, do dia-a-dia de Cumbica, dos sons amigos, do cheiro da mata, da dama da noite, da represinha, do cassino, do cinema, das quadras de futsal. Com 17 anos fiz o alistamento militar em Cumbica, me apresentei, fiz todos exames médicos, doei sangue e fui dispensado por deficiência auditiva leve.

Lá da Vila dos Sargentos, eu via os prédios mais altos do centro da cidade de São Paulo e tentava imaginar o futuro, minha formação profissional, sair do mundo de até então e penetrar naquele burburinho da cidade.

Olhar para as casas, todas iguais já davam saudades e relembrar todos os dias passados, os amigos, os meus cachorros Dique e a Pretinha, faziam o coração disparar, mas o futuro como um grande ímã me impulsionava para seguir meu caminho e alguns de meus amigos já haviam sido atraídos pelo grande imã de seguir em frente para a vida.


O Milton e o Flávio Almada, já estavam fazendo faculdade de Engenharia Mecânica, o Beco já havia entrado na Escola Preparatória de Cadetes da Aeronáutica,

O Beco com a farda da EPCAR e família

... o Celso Ávila para Faculdade de Medicina de Santos, o Sílvio para Matemática e nós, mais novos, já estávamos no Colegial e pensando em cursinho para exames vestibulares que logo chegariam também.

Num fim de semana, eu e meu pai fomos até Guarulhos, logo na entrada pela Via Dutra, no bairro Jardim Santa Francisca, onde estavam construindo várias casas e na Rua Arthur Bernardes, no número 110, escolhemos a nossa futura casa que seria entregue em Novembro de 1970 e neste mês mudamos para nossa nova casa.

O dia da mudança, todos os móveis colocados no caminhão de mudanças, fechamos a porta de nossa casa número 222 pela última vez e tudo virou passado, um feliz passado, uma perfeita preparação para a vida.

casa número 222

Com o tempo, todos amigos também mudaram de Cumbica, o Ricardo, Alexandre, Cristina, Denise e Fábio, filhos do SO Alberto e Dona Eneida ...

Casa do SO Alberto

... o Cláudio, Lucélio e Clarice, filhos do Sgto Garcia e Dona Letícia, ...
casa do Sgto Garcia

...  o Luiz Wade e a Wendie, filhos do SO Piccinini, o Sílvio e a Sônia, filhos do SO Correa ...

à esquerda, casa do SO Piccinini e à direita do SO Correa

... e de tantos amigos que permaneceram em minha memória.

Nada escapa do grande imã da vida que nos empurra para frente, para o futuro, mas Cumbica, de forma tão gentil e acolhedora, permanece igual, com as mesma casas, matas e odores mesmo após 42 anos de nossa despedida:

a quadra do Clube dos sargentos
a piscina do mesmo Clube
a quadra de vôlei e festas juninas
a esquina onde " o mundo acabava"
o Cassino dos Sargentos
a quadra do Cassino dos Sargentos
a Capelinha
o Rancho e reembolsável
o hangar duplo
o Cassino dos Oficiais
a represinha
a lagoa
o prédio do Comando
o cinema
o prédio da Infantaria
o rancho dos Oficiais
as placas na frente das casas
o Portão da Guarda
a estação do trem
O Giba

Meninos de Cumbica

... e os meninos e meninas de Cumbica, ainda hoje, tão alegres e abençoados pelo nosso principal Menino de Cumbica:

                                              

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