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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Outono em Cumbica

E, naquela tarde ensolarada de Cumbica, lá na Vila dos Sargentos, nossa turma sentada num banco em frente a casa de Dona Assum, falando sobre diversos assuntos e como era época de outono com muito vento e a toda hora se formavam grandes redemoinhos, levantando mato e pó para o alto.

redemoinho típico de outono

O João falava que se pularmos dentro do redemoinho, iríamos ver o saci perere também pulando.

saci perere

Todos começamos a rir da história do João e neste momento, com o vento, formou-se um redemoinho em frente da gente na rua e todos pulamos dentro dele usando um só pé,  numa grande algazarra, quando de repente surge gritando ao nosso lado a esposa do Sargento Moura dizendo que sua Arara com o vendaval saiu voando e pediu que fôssemos atrás dela pelo mato em frente, lá após a Av 3 e de onde estávamos, vimos a arara voando.


Sem pestanejar, saímos todos correndo atrás da arara e penetramos no mato olhando para as árvores tentando visualizar a arara fujona.

Passados alguns momentos, o João grita << lá está a arara, em cima da árvore >>


Falando baixo para não espantar a arara, bolamos um plano onde somente dois subiriam na árvore, ficando um falando com a arara e outro ia por trás. Plano aceito, o João falou << vamos >>.

Todos ao mesmo tempo começamos a subir na árvore, pois no plano, esquecemos de escolher quem subiria e como ninguém queria saber de ficar no chão, fomos subindo...subindo...devagar...em silêncio e a arara só olhando para nós e ela gritava:
<< araraaaa...araraaaa..>>

Naquela subida, todos se dirigiam para a arara no mesmo galho e com o peso de todos, o galho começou a vergar... vergar mais... e mais... e a arara berrando:
<< araraaa...araraaaa...>>

De repente, um estalo e despencamos lá de cima, todos ao mesmo tempo, junto com o galho da árvore, rolando pelo chão e a arara voando, desceu bem em cima de minhas mãos e a segurei.

Um mancando, outro aranhado, outro com hematomas roxos, seguimos para a vila com a arara em cima do ombro do João batendo as asas e gritando: << araraaa.... araraaaa...>>.

Quando chegamos, entregamos a arara para a esposa do Sargento Moura e ela perguntou o que havia ocorrido com a gente e explicamos o acidente e ela disse:
<< Vocês nem esperaram eu explicar como chamar a arara e saíram correndo que nem doidos. Era só gritar "araraaa..araraaa" que ela desce pra vocês.>>

O João disse: <<Agora é tarde, já estamos arrebentados, deve ter sido culpa do saci perere quando pulamos dentro do redemoinho dele e ele aprontou com a gente>>

Caímos na gargalhada e a Dona da arara não entendeu nada...

Mas a arara entendeu sim e gritou: << araraaaa...araraaa...>>


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