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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

HISTÓRIAS DE NOSSOS PAIS - AVIÃO BOMBARDEIRO B-25 MARIA BOA


Um caso Pitoresco na Pintura dos Aviões 

A 23 de novembro de 1950, foi divulgada uma ordem do Comando da 2a Zona Aérea, estabelecendo cores padrões para os anéis de velocidade dos motores dos B-25; assim, para as aeronaves da Base Aérea de Salvador os anéis eram pintados com a cor verde.  Os aviões de Recife, com a cor vermelha, e os de Fortaleza, com a cor azul.

 Para a Base de Natal foi convencionada a cor amarela.

Além da pintura do anel de velocidade do motor, o Ten Av Rivaldo Gusmão de Oliveira Lima que prestava serviços na manutenção, imaginou também que os B-25 deviam ter pintados no nariz do avião, no lado esquerdo da fuselagem junto ao número de matricula, desenhos artísticos de mulheres em trajes de praia.

     Conseguida a autorização do Parque de Aeronáutica de São Paulo, onde comumente eram feitas as revisões maiores dos B-25, a idéia foi levada adiante. Não faltou pintor para tal trabalho e, em poucas semanas, os B-25 de Natal surgiram na pista com figuras caprichosas de louras e morenas, alguns até com nomes de mulheres.

 Na cidade existia (e ainda existe) uma "boite" conhecida popularmente como a "Casa de Maria Boa", e sempre se propalou como sendo a melhor da cidade...

Não havia quem, visitando a cidade pela primeira vez, não deixasse de comparecer ao tão decantado cabaré.

Alguns tenentes da Base tiveram então a idéia de escolher um B-25, cujo desenho se aproximava mais da "Maria Boa", e o preferido foi o B-25 5079, que foi logo batizado com o nome da proprietária da boite.

A princípio, muitos se espantaram com a inusitada sugestão, mas logo se acostumaram com a novidade... Outras aeronaves receberam nomes também; lembro-me do "Amigo da Onça" (B-25 5059) e a "Nega Maluca" (B-25 5061).

   Somente quem não acreditou no fato foi a "proprietária" da boite.  Então, os mesmos Tenentes colocaram-na num automóvel e levaram-na até à linha de estacionamento dos B-25, o que foi feito após o horário do jantar para que a presença da "homenageada" não despertasse a atenção dos curiosos.

Maria Boa

 Diz o " Netão ", que se encontrava em serviço na ocasião  que a visitante chegou às lágrimas, visivelmente emocionada, ao constatar que a rapaziada não lhe havia mentido; à sua frente, pintada ao lado do número 5079, refletia sob o clarão dos holofotes do hangar, a inscrição "Maria Boa" ...

 E assim, durante muitos meses, a "Maria Boa" foi uma assídua freqüentadora da aerovia Verde-Um...




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