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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O TRICICLO DO BECO


Reentrando neste túnel do tempo, indo bem lá atrás, nos meus 5 ou 6 anos, vem a imagem de um rosto sorridente, rosto este a quem devo até hoje um "muito obrigado", pois o dono daquele sorriso plantou uma semente que com certeza germinou e tornou-se uma árvore forte em relação a compreensão e bondade.

Ganhou um amigo eterno.

Eu sempre tive um costume que era acordar cedo, perto das 6 horas da manhã, colocar minha roupa, uma blusa de lã e meu inseparável "alpargatas azul" e sair andando pelas ruas, ainda sem asfalto, da Vila dos Sargentos. Eu e meu amigo Dique.

Nós penetrávamos naquela neblina de Cumbica, olhando os orvalhos nas teias de aranhas, sentia o cheiro úmido característico da neblina e da terra molhada.


O Dique, como sempre, fuçando a mata e demarcando seu território com rápidas urinadas.

As casas ainda silenciosas, que naquela época eram coloridas, uma vermelha, outra amarela, uma azul e outra verde, com seus jardins gramados à frente, numa delas, onde moravam o Roberto e o Beco,

o Beco no carrinho e o Roberto empurrando


 com uma placa na frente com o nome SGTO DRUMOND, vi maravilhado um triciclo avermelhado bem no jardim, que era do meu amiguinho Beco.


Não tive dúvida, sentei no triciclo e comecei a pedalar pela rua, numa grande alegria e após andar, deixava o triciclo em frente a casa.

No outro dia, a mesma coisa. A vontade de andar no triciclo do Beco era muito forte. Da mesma forma, deixáva-o em frente a casa após o passeio e isto, por vários dias.

Numa manhã, eu andando com o triciclo, aparece atrás de mim, com um largo sorriso o Sgto Drumond e conversamos:
--- Oi, como você se chama?
--- Oi, meu nome é Edson.
--- Bom dia Edson, vejo que você gosta muito de andar na bicicletinha do Beco.
--- Gosto sim, seu Drumond. Eu tinha uma também que não veio no caminhão de mudança pra cá, por isto que eu ando nesta do Beco.
--- Muito legal Edson, pode continuar andando e quando você acabar de andar, coloque a bicicletinha lá no jardim e não em frente da casa, na rua. Tá bom?
--- Pode deixar seu Drumond que eu cuido dela.

E nos outros dias, quando seu Drumond saia no seu carro pra trabalhar, sempre acenava pra mim, com o mesmo sorriso amigo.

O tempo passou, esqueci da bicicletinha, mas nunca me esqueci daquele amigo.

Sgto Drumond

Um comentário:

  1. Senhor Drumond,quando trabalhei na sua casa na vila dos sargentos , o Senhor era como esta nessa foto.Muitas saudades de toda a familia . Tentei entrar em contato com a Rubia para ter noticias de voces mas nao consegui. Mas vou continuar tentando. Beijos para familia Lourdes

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