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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O FANTÁSTICO CARRO DO LUIZ WADE

E um dia, o Luiz Wade Piccinini apareceu dirigindo um carro, bem "malhado", da marca Nash, marca desconhecida, idem o carro e parou bem em frente de toda turma e gritou:

<< VAMOS LÁ MACACADA, ENTREM NO CARRO E VAMOS PASSEAR>>

Wade, de chapéu branco em pé

Nem ele terminou a frase e já estávamos todos dentro do carro, na maior algazarra, num empurra...empurra para pegar o melhor lugar e nem preciso falar que havia moleque sentado nas janelas e nos paralamas do carro.

O Wade quase perdendo o fôlego de tanto rir, ao tentar sair, deixou o motor do carro "morrer".

Após diversas tentativas de partida do motor, a bateria mostrou que estava arreada e o Wade gritou:

<< DESCE TODO MUNDO PRA EMPURRAR >> e numa "vaia" de todos, descemos e ficamos quase uma hora empurrando o carro e nada de pegar o motor. Na última empurrada, observamos que as rodas traseiras, durante o tranco, ao invés de rodar para frente, rodava para trás, sendo arrastadas. Nós empurrávamos para frente e o Wade estava engatando a marcha ré e ele estava roxo de tanto rir.

Pulamos pra dentro do carro e enchemos ele de chapoletadas nas orelhas.

Finalmente o motor do carro pegou após um "tranco" correto e pulamos todos dentro do carro de novo, porém, por mais que o Wade tentava, o carro não saia do lugar.

Descemos todos do carro outra vez e ficamos ao lado enquanto o Wade foi em baixo do carro ver se havia algo errado.

De repente, o carro andou sozinho e o Wade embaixo gritou quem é que estava dirigindo, e com o carro andando o Wade apareceu no chão atrás  após o carro passar por ele.

Ficamos perplexos e o Wade num pulo ficou de pé e gritou: << PEGUEM O CARRO!!! CORREM >>.

Saímos todos correndo atrás do carro, mas ele desceu a ladeira da Vila, e com a velocidade, desceu sozinho  entrando pelo mato a dentro no final da ladeira.

Ladeira à direita onde o carro desceu sozinho

Com a cara toda suja de óleo e graxa, o Wade sentou no chão e dava gargalhadas e nós, assustados, logo começamos a rir também.

Wade


O Wade disse:<< DEIXEM AQUELA MERDA APODRECER NO MATO >>

Um mês depois, o pai dele com um guincho tirou o carro do mato e nunca mais vimos aquele carro, porém o passeio foi fantástico.

Ao Wade, a nossa saudade, um menino de Cumbica que hoje está aprontando no céu.

Wade

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

CARNAVAL NO ALEPO

Lá pelos idos 1968, por motivo de reformas no Cassino dos Suboficiais e Sargentos e dos Oficiais, a BASP fez um acordo com o Clube Alepo, que naquela época se situava na Avenida Paulista, e uma noite de Carnaval foi reservada para todos os familiares da BASP.


Foi uma verdadeira loucura entre nós esta novidade.

As meninas se prepararam com seus "sarongs" multicoloridos, fantasia muito na moda naquela época e os meninos com suas bermudas e camisas com adereços diversos.
sarong

A BASP ofereceu condução, um ônibus da base que lotamos. Nossos pais foram de carros.

O trajeto entre Cumbica e a Avenida Paulista foi de muita cantoria com marchas carnavalescas e, principalmente, com nossas músicas "exclusivas", com letras especiais:

Parte da turma do carnaval no Alepo

"Eu mato...eu mato... roubaram minha cueca pra fazer pano de prato!!!"

Outra:
"Vomitaram em mim.... foi macarrão....tinha cebola....tinha tomate e três caroços de feijão!!"

...e assim, chegamos ao Clube Alepo com a adrenalina  "a mil".

Pulamos o Carnaval sem falhar uma seleção sequer, até o raiar do sol no dia seguinte.

O retorno em pleno dia da quarta feira de cinzas, foi da mesma forma, com muita cantoria até chegar em Cumbica e marcamos para nos encontrarmos à noite.

Depois de dormirmos o dia inteiro, à noite, reunidos em frente à casa de Dona Assum, percebemos que o Sílvio não aparecia e resolvemos irmos até a casa dele para ver o porque.

Lá chegando, fomos até a varanda para tocarmos a campainha e para nossa surpresa, o Sílvio estava deitado dormindo na varanda junto com nossos mascotes, a cachorra Lina e o Pitoco.

Acordamos o Sílvio e ele todo desarrumado, descabelado, disse que não conseguiu entrar na sua casa, pois não achava a chave e reclamou que não conseguiu dormir direito na varanda porque os dois cachorros lamberam a cara dele a noite inteira! Na verdade, o dia inteiro.

Lina

Com muita algazarra e risadas, ligamos a água do jardim e com uma mangueira demos um banho nele pra tirar o cheiro de cachorro.

A chave da casa dele estava no bolso da calça !!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

COISAS DE MENINOS - TERCEIRA PARTE - "fariiiiiiddd"

Mas, ir ao cinema da base somente para assistir a um filme era muito pouco.


Teria que ter ação, alguma combinação, um torneio, ou um desafio e, naquela semana, o desafio estava lançado e o pior é que o conhecimento do desafio havia ultrapassado os limites dos meninos, muitos sabiam que alguém estava se empenhando para o grande evento.

Havia um militar na base, um tanto quanto antipático, jamais conversava conosco, nem sequer um cumprimento, um bom dia, ou uma carona com seu carro, pois passava velozmente por nós, mesmo quando sozinho.

O nome dele, Farid, vivia em nossas rodas de conversa, principalmente comentando-se de quanto o homem era fechado,  e que ele era um frequentador assíduo do cinema da base, como não poderia deixar de ser, este nosso herói merecia uma homenagem.


E o desafio foi exatamente tentar "emitir um som" imitando o nome dele.

O Cláudio foi o primeiro a tentar, mas quase sujou a cueca e todos tivemos que sair correndo de dentro do cinema devido ao "suave" perfume, após as gargalhadas, retornamos para dentro do cinema.

O Marcão foi o segundo a tentar, mas foi tipo tambor " brrrump" e de novo tivemos que sair correndo...

O Terceiro foi o Sheik, mas saiu igual metralhadora.." rep..rep..rep " e mais uma vez saímos correndo.

O quarto foi fatal!!!

O João se esforçou muito e saiu direitinho, como um verdadeiro campeão: "faaariiiiiiiiddddd" e numa gargalhada de todo o cinema, as luzes acenderam e saímos correndo de novo. Ao retornarmos, o SO Piccinini que aquele dia estava sendo o operador do cinema, gritou lá de cima, visivelmente vermelho de tanto rir" e disse:

""PESSOAL, VAMOS PARAR COM ISTO, O HOMENAGEADO NÃO VEIO HOJE"

E retornou para a cabine rindo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

ENCONTRO DOS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA-11/02/2012

O que dizer de Cumbica além de tentar explicar que lá, um paraíso terrestre deixado por Deus, onde este paraíso tem o milagre de nos deixar eternamente crianças?!

O que tem de misterioso este lugar, onde talvez a natureza seja igual a outro lugar qualquer?


A resposta só pode ser uma: amigos.


Em Cumbica, a amizade, tão abençoada, é a magia do elixir da juventude, ou o milagre da semente do amor que irrigada por Deus, brota uma plantinha que se transforma numa gigantesca árvore, eterna, onde os frutos são aqueles que Jesus pregou: o amor ao próximo.


Observando pela linha do tempo, somente vemos sorrisos, alegria e não somente de brincadeiras, mas também de realizações, estudos, educação.


Cumbica tão abençoada, que por décadas de gerações de meninos e meninas de Cumbica, nunca, jamais houve qualquer caso de contato com drogas, provando que a família e os amigos se completam de forma sagrada, perene.

É nos olhos de nossas mães, na face sorridente, junto aos "seus" meninos e meninas de Cumbica, que brota bem lá no fundo de suas almas, aquela lágrima tão bem vinda que diz: GRAÇAS A DEUS VENCEMOS.

Dona Cármen e Dona Eneida (centro)

Alguns não compareceram, porque não encontramos, ou por motivo de força maior, ou porque estavam na festa celestial marcada por Deus.




 Neste encontro dos meninos e meninas de Cumbica, de nossa BASP, o reencontro de alguns que já demorava a acontecer há 40 anos, coroado de alegrias, canções da época, histórias e "causos", de pura emoção...











E não poderíamos deixar de agradecer o grande mentor deste encontro, aquele que fez o milagre e a bênção destas amizades, aquele que fez OS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O TRICICLO DO BECO


Reentrando neste túnel do tempo, indo bem lá atrás, nos meus 5 ou 6 anos, vem a imagem de um rosto sorridente, rosto este a quem devo até hoje um "muito obrigado", pois o dono daquele sorriso plantou uma semente que com certeza germinou e tornou-se uma árvore forte em relação a compreensão e bondade.

Ganhou um amigo eterno.

Eu sempre tive um costume que era acordar cedo, perto das 6 horas da manhã, colocar minha roupa, uma blusa de lã e meu inseparável "alpargatas azul" e sair andando pelas ruas, ainda sem asfalto, da Vila dos Sargentos. Eu e meu amigo Dique.

Nós penetrávamos naquela neblina de Cumbica, olhando os orvalhos nas teias de aranhas, sentia o cheiro úmido característico da neblina e da terra molhada.


O Dique, como sempre, fuçando a mata e demarcando seu território com rápidas urinadas.

As casas ainda silenciosas, que naquela época eram coloridas, uma vermelha, outra amarela, uma azul e outra verde, com seus jardins gramados à frente, numa delas, onde moravam o Roberto e o Beco,

o Beco no carrinho e o Roberto empurrando


 com uma placa na frente com o nome SGTO DRUMOND, vi maravilhado um triciclo avermelhado bem no jardim, que era do meu amiguinho Beco.


Não tive dúvida, sentei no triciclo e comecei a pedalar pela rua, numa grande alegria e após andar, deixava o triciclo em frente a casa.

No outro dia, a mesma coisa. A vontade de andar no triciclo do Beco era muito forte. Da mesma forma, deixáva-o em frente a casa após o passeio e isto, por vários dias.

Numa manhã, eu andando com o triciclo, aparece atrás de mim, com um largo sorriso o Sgto Drumond e conversamos:
--- Oi, como você se chama?
--- Oi, meu nome é Edson.
--- Bom dia Edson, vejo que você gosta muito de andar na bicicletinha do Beco.
--- Gosto sim, seu Drumond. Eu tinha uma também que não veio no caminhão de mudança pra cá, por isto que eu ando nesta do Beco.
--- Muito legal Edson, pode continuar andando e quando você acabar de andar, coloque a bicicletinha lá no jardim e não em frente da casa, na rua. Tá bom?
--- Pode deixar seu Drumond que eu cuido dela.

E nos outros dias, quando seu Drumond saia no seu carro pra trabalhar, sempre acenava pra mim, com o mesmo sorriso amigo.

O tempo passou, esqueci da bicicletinha, mas nunca me esqueci daquele amigo.

Sgto Drumond

domingo, 5 de fevereiro de 2012

UM SHOW DO THE HARDS

Meu pai, SO Adalberto, como Presidente do Cassino dos Suboficiais e Sargentos, ajudava aos componentes do conjunto THE HARDS (filhos dos sargentos) a preparar mais uma tarde dançante no salão de festas co cassino com condução e equipamentos necessários para a festa: bateria, guitarra junto a Banda da BASP, pois no começo do THE HARDS, estes possuíam  violões e equipamentos de menos porte que não serviam para bailes em salão.

Presidente do Cassino, SO Adalberto (esquerda)

A moda do momento eram estes bailes no cassino onde convidávamos todos os moradores das vilas e amigos do colégio Conselheiro Crispiniano de Guarulhos.

A Banda THE HARDS, formado por Cláudio, Sílvio, João Alves, Edson e Sheik, a maior parte de seu repertório eram as músicas dos Beatles, Rolling Stones e Bread, em versões de Renato e seus Blue Caps e The Fevers.

Os ensaios da banda era quase sempre no quintal da casa do Cláudio, isto quando o Sgto Garcia estava de bom humor.

Casa do Cláudio e o quintal atrás das árvores

O Sgto Garcia dava aulas particular de violão e prometeu ao Cláudio de presente uma guitarra e amplificador quando perplexo e admirado assistiu um ensaio da banda, dizendo:
<<  VOCÊS TOCAM MUITO, E AO MEU FILHO CLÁUDIO, DAREI A GUITARRA QUE SEMPRE LHE PROMETI O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL, JÁ PARA O SEU PRÓXIMO SHOW .>>

E chamando o Cláudio, disse:
<< MIL DESCULPAS...POXA MEU FILHO, ESTOU ORGULHOSO DE VOCÊ! HÁ UM TEMPO ATRÁS, QUANDO FAZIA AULAS DE VIOLÃO COMIGO, DEI UMA MORDIDA NO SEU DEDO PORQUE VOCÊ NÃO TAVA CONSEGUINDO DESENVOLVER UMA PESTANA(NOTA MUSICAL),>>

Sgto Garcia de violão

O Cláudio ficou "roxo" de vergonha por esta revelação e com a gozação que teve que aguentar e disse:
<<É, MAS DEPOIS APRENDI SOZINHO E ACABEI ATÉ DANDO AULAS DE VIOLÃO TAMBÉM>>

Cláudio

Passando alguns dias, o Cláudio recebeu uma linda guitarra, feita pelo próprio pai e o amplificador e neste período o João Alves também ganhou um contra-baixo e amplificador do pai dele.

O João Alves treinou muito no contra-baixo, dia e noite sem parar, ficando pronto para a estréia no próximo baile

No último dia de ensaio, véspera do baile no cassino, adrenalina a todo vapor, toda a turma da vila presente, meninos e meninas, faltava somente o solista, o Sílvio, e o tempo ia passando até que resolveram procurá-lo.

Enquanto procuravam o Sílvio, o Cláudio levou um tremendo choque de sua guitarra e olhando pra mim disse:
<<VOU ACORDAR O SÍLVIO COM MINHA GUITARRA. VOU EMPRESTAR ELA PRA ELE E QUANDO ELE PEGAR, LIGA NA TOMADA>>

Quando o Sílvio chegou, disse que estava ansioso e por isto deu dor de barriga.

O Cláudio disse:
<< PODE USAR MINHA GUITARRA QUE ESTÁ AFINADINHA,,,EU LHE EMPRESTO UM POUQUINHO, MAS MUITO CUIDADO, NÃO A DEIXE CAIR>>
O Sílvio disse:
<< POXA!! QUE GUITARRA LINDA, SEU PAI QUE FEZ NÉ, MUITO OBRIGADO>>

O Cláudio pediu que ligasse a guitarra e eu liguei.

O Sílvio ficou praticamente grudado na guitarra e se atirou ao chão quebrando a guitarra.

O seu Garcia vendo, desconfiou do "trote" ao Sílvio, tirou o cinto da calça e mandou todos saírem do quintal dele, o que fizemos correndo, ficando só o Sílvio sentado no chão sem entender o que acontecera.

O Baile do cassino correu às mil maravilhas, com o salão lotado, um grande sucesso, com o Sílvio bastante "elétrico" e não podíamos olhar para a cara dele sem cairmos na gargalhada, porém naquele baile, o Sílvio foi um show à parte cantando as músicas dos Beatles em inglês, acompanhado de sua irmã, a Sônia sendo a  banda THE HARDS muito aplaudida com gritos e assobios.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

ENCONTRO DOS MENINOS E MENINAS DE CUMBICA-11/02/2012

ATENÇÃO MENINOS E MENINAS DE CUMBICA

ENCONTRO DOS BASEANOS DIA 11 DE FEVEREIRO 2012

LOCAL:

CIA DOS ESPETINHOS
RUA TAPAJÓS, 56
GUARULHOS
A PARTIR DAS 20 HORAS

FONE DO LOCAL (11) 2442 - 7977

NÃO FALTEM

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

COISAS DE MENINOS - SEGUNDA PARTE - OS PELOS DA PUBERDADE

 Naquela época, com nossos 13 anos de idade (1965), os primeiros sinais da adolescência estavam aparecendo e nós, "ajudando-os a aparecerem mais"!!
O menino Lucélio Garcia
Eu, e muitos outros meninos com o bigode já crescendo, para fazer desaparecer as partes ainda sem pelo, passávamos lápis delineador no bigode fazendo-o ficar mais abundante. O Raul e o Ricardo, passavam o mesmo lápis na costeleta e assim, com a voz já engrossando, ficávamos mais "adultos" para as meninas nos bailinhos!

A costeleta do Ricardo "crescendo" (último abaixado à direita)
A minha costeleta também e o bigode (último em pé à direita)

Coitadas de nossas mães que ao pegarem o delineador, a ponta estava toda "detonada".

Mas o Lucélio com sua criatividade deixou-nos perplexos.
A turma sempre tomava banho na represinha, que ficava  antes da escola Grupo Escolar João Ribeiro de Barros, a escolinha...

Escolinha

 e quando o tempo estava bom, saíamos em grupo de casa, prontos para nadar na represa.

Represinha (BASP-Cumbica)

Represinha - vista de cima do dique

Acontece que para despistar nossos pais, pois tinham medo que nos afogássemos, levávamos cuecas na pasta escolar para nadar de cueca, que ficavam escondidas  nas pequenas moitas perto do local.
Certa vez a represa estava repleta de moleques,  e o Lucélio Garcia apareceu para nadar e foi logo tirando a roupa para pegar sua cueca escondida, quando de repente o João Alves falou:
- Pessoal, o Lucélio tá diferente.
Todos do grupo foram ver de perto, e logo notaram a diferença. Como ele  tinha “poucos pelos embaixo” o pessoal se espantou quando viu que ele estava repleto de pelos.
- E aí cara, o que houve com você?
E veio logo a resposta:
- Ontem tomei um remédio que me deixou cheio de pelos pubianos (pentelhos), e agora, sou o mais peludo da turma.
Todos caíram na risada, e a gozação foi maior ainda quando ele mergulhou e parte dos pelos ficaram boiando na água. Mais tarde descobríramos que ele cortara o cabelo e havia colado na virilha  grande parte dos cabelos cortados.

O problema é que ficou mais parecendo um macaco de tanto cabelo que colou...

Lucélio Garcia

UM DIA DE APICULTURA - foi sem querer querendo!!

Naquela tarde ensolarada de Cumbica, o Cláudio estava no quintal da casa dele
 tocando violão, com os pés em cima de uma bola de futebol quando, de repente, um enxame de abelhas apareceu voando em cima da cabeça dele e gritou para o Lucélio:

<< VI UM ENXAME DE ABELHAS, ELAS FORAM POR ALI, VAMOS PROCURAR O FAVO>>
<< OK...VAMOS >> respondeu Lucélio.

Foram em direção à mata, acima da casa deles e depois de muito procurar, acharam:
<< CARAKA !!!...INCRÍVEL !!!>> falaram juntos.


Um enorme cacho de abelhas dependurado num galho de uma árvore.
<<CHEINHO DE MEL PURINHO PRA GENTE SE DELICIAR>> sussurrou o Lucélio.

O Cláudio disse:
<< VAMOS COM CALMA...VAMOS VOLTAR, TRAZENDO UNS FACÕES, BAMBUS, JORNAL, CAIXA DE FÓSFOROS E ALGUMAS PANELAS DE NOSSA MÃE, POIS DEVE TER MUITO MEL NESSE CACHO, E VAMOS PEDIR AJUDA AO EDSON, MILTON E AO JOÃO ALVES>>
<< CERTO!...SIM, VAMOS, MÃOS A OBRA!!>> disse o Lucélio com os olhos arregalados.

Com todo material à mão, acompanhados de mim, Milton e João Alves nos dirigimos ao local.

De longe, o Cláudio nos mostrou a preciosidade e ficamos maravilhados com o tamanho do cacho de abelhas.

O João disse baixinho espantado:
<< É MUITO MÉ PRA GENTE, RAPAZIADA!...VAMUS NUS DELICIAR COM MUITO MÉ POR MUITOS DIAS, SÔ !!>>
<< IGUAL FIZEMOS COM O ABACATEIRO DA DONA EUDÓCIA?!.. E VAMOS COM CALMA,  CERTO?>> disse o Cláudio
.
Continuamos indo em direção ao "tesouro", num matagal cheio de capim navalha, abrindo caminho com o facão, num local jamais penetrado por um ser humano, fazendo de nossa aventura um grande momento.

Capim navalha

Na trilha aberta, seguimos nessa ordem, à frente o Cláudio, depois Lucélio, João Alves, Milton e eu.

Eu, que estava por último, levava uma grande pedra no bolso e quando estávamos bem perto do cacho,
num ímpeto de retirar o cacho da árvore que era muito alta para escalar, arremessei a pedra que atingiu o cacho bem próximo onde estava fixado na árvore, um tiro certeiro e o cacho caiu inteiro estourando ao chocar-se ao chão.

Vendo aquele turbilhão de abelhas saindo do cacho, gritei:
<< SEBO NAS PERNAS GENTE! PERNAS PRA QUE TI QUERO! É MUITA ABELHA RAPAZIADA!! VAMOS CORRER, MULECADAAA!! UAAAAUUUUUUU......>>

As abelhas enfurecidas mergulharam em cima da gente, milhares!!, milhões delas!!

Naquele sufoco, na correria de volta pela trilha muito fina, correndo os quatro juntos, eu que estava à frente tropecei e os demais foram caindo em seguida por todos os lados e as abelhas impiedosamente dava-nos ferroadas por todo lado.

O Cláudio que estava por último, caindo de cabeça, com as pernas para cima, facilitou a entrada de abelhas pelo short e picaram todo o "saco" dele.

Ele gritava:
<< MEU SACOOOO! PÔXAAAA, QUE SACANAGEM DO EDSON!! >>

O João também gritava muito e reclamava por perder o mel.

Eu, o Milton e o Lucélio, Cláudio e João disparamos de volta todos ferrados, na maior gargalhada.
A Dona Letícia, mãe do Cláudio e Lucélio teve que, além de tirar os ferrões das abelhas, passar muito álcool, compressas quentes e muitos curativos nos dois, principalmente no "saco" do Cláudio, além de alguns "sopapos" pela arte.

Ficamos todos os quatro inchados da cabeça aos pés sem poder sair na rua por vários dias aguentando a gozação do resto da turma por muito mais dias.

MORAL DA HISTÓRIA:

QUER MEL?...COMPRE NO REEMBOLSÁVEL (mercado dos militares) E DEIXE AS ABELHAS EM PAZ.