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quarta-feira, 14 de março de 2012

Nosso Estádio "Cascudão" - campão !



Já estávamos cansados de tanto jogar futsal e tivemos a idéia de ter um campo de futebol na própria Vila dos Sargentos e para isto falamos com nossos pais para que eles pedissem ao Comando da BASP para fazê-lo e até já havíamos escolhido o local.

No final da Av 2, ficava o "campão"


O meu pai, Sgto Adalberto, o Sgto Garcia, e o Sgto João Alves foram ao Comando da BASP, fizeram o pedido e conseguiram o que tanto desejávamos naquele momento.

O Comando da Basp enviou uma equipe de trabalhadores, um Guindaste, uma Patrol (Motoniveladora), um Caminhão Basculante e uma Retro Escavadeira para a preparação do campo, equipe esta que iria preparar também o terreno para a construção das novas casas da AV 3 e Av 4.


Inicialmente, demos um nome ao campo de Cascudão, pois ele era todo cascudo, rala-côco, só no saibro e sem grama. Quando pronto, passamos a chamá-lo de "campão".

Antes mesmo da obra ser concluída já fazíamos umas prévias com os nossos rachas lá. E juntos com a piãozada da obra, ao entardecer, nas sextas-feiras, quando eles largavam mais cedo para receberem o pagamento, o "Couro Comia", treinávamos  nosso time contra o deles. Eles jogavam de botina e nós de Keds ou descalços.

keds

O nosso time, geralmente era o mesmo...eu, o Milton, Cláudio, João Alves, Ricardo, Marcão, Cuíca, Chico, Tênison Travassos, Celso, o Lucélio no gol, e outros q às vezes pegávamos p completar o nosso time, o Roberto, Beco, Vanderlei. O sheik com sua calça amarela era sempre o nosso juiz.

Para o dia da tão sonhada inauguração do nosso "Cascudão", marcamos um jogo contra a própria piãozada da obra, com direito a torcida organizada e tudo, pois eles diziam ser melhores que a gente (talvez por eles serem adultos e nós moleques ainda), e queríamos provar que nós éramos os melhores.

O grande dia chegou... muita torcida organizada a nosso favor, todas as Meninas de Cumbica estavam lá. Até a Lina e o Pitoco com suas filhotadas estavam lá!

Lina

Fizemos uma coleta, pois para um evento desses tinha que ter salgadinhos e refrigerantes, uniformes para o time, roupa para o nosso Juiz, o Sheik (pois aquela calça amarela diária do Sheik já estava manjada de mais) e uma linda taça pro time vencedor.

O nosso time estava completo, éramos os  mesmos dos rachas, o ritmo era de Copa do Mundo.
A nossa torcida organizada gritava nossos nomes, Lina e Pitoco uivavam e ficávamos até emocionados com os gritos histéricos das meninas!!

Bom...o jogo começou e o placar tava 2x0 para nós (eu e o Cláudio marcamos), o Lucélio, fechando o gol...defendia até com a cara. Eles estavam arregaçando o nosso time com suas botinadas, e nós de keds, alguns já descalços, pois o campo tinha muita poeira. 

Eles já haviam tirado uns 2 do nosso time. Fazíamos milagre para manter o placar.  Estávamos em desvantagem numérica, não tínhamos reservas para substituir os lesionados. Eles começaram a intimidar o Sheik (Juiz), que caindo na armação deles, marcou 2 pênaltis contra a gente e  convertidos por eles.

O placar marcava 2x2 e já na prorrogação. O combinado era que o time que fizesse o gol levaria a taça para casa. Caso o placar permanecesse,  haveria disputa de pênaltis.

Num determinado momento, faltando segundos pro término, um deles deu um chutão a queima roupa, indo a bola e a botina dele em direção ao gol. O Lucélio, ao agarrar a bola, não viu que a botina vinha em sua direção que violentamente bateu na sua cara, deixando-o quase desacordado, fazendo com que ele soltasse a bola e os adversários se aproveitando da situação confusa, fizeram o gol, validado pelo Sheik.

Lucélio

Partimos em direção ao Sheik (Juiz),  aos berros, chamando-o de ladrão,etc... quando todos do time deles vieram tomar as dores do Juiz. O circo pegou fogo e a pancadaria correu solta, botinada pra cá, porrada pra lá, e o sheik(juiz) disparou fugindo do local.

Quando a situação se acalmou, eles achando que iriam comemorar a vitória, o Cláudio disse:

<<Negativo >> 

Cláudio

Partiu em direção a taça, que com minha ajuda a sequestramos, deixando-os a "ver-navios".


Saímos correndo em direção a nossas casas casas e eles estão procurando a gente até hoje.

As meninas recolheram os refrigerantes e salgadinhos para um bailinho à noite.

O Sheik passou um bom tempo sem sair de casa, pois prometemos dar muitas chapoletadas nas orelhas dele.

E assim, inauguramos nosso campinho.

Campão !

3 comentários:

  1. Eitaa tempo bão, meu amigo! Saudades!!
    Muitas lembranças do Campão(Cascudão)

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  2. SENSACIONAL! Ahahaha essa história eu lembro até hoje. Um dia, não sei onde nem o lugar, todos nós nos reencontraremos para começar continuar as brincadeiras.
    Aquela foi uma época de ouro.
    A música do Lulu Santos traduz muito bem o passado.

    Como uma onda

    Nada do que foi será
    De novo do jeito que já foi um dia
    Tudo passa
    Tudo sempre passará

    A vida vem em ondas
    Como um mar
    Num indo e vindo infinito

    Tudo que se vê não é
    Igual ao que a gente
    Viu há um segundo
    Tudo muda o tempo todo
    No mundo

    Não adianta fugir
    Nem mentir
    Pra si mesmo agora
    Há tanta vida lá fora
    Aqui dentro sempre
    Como uma onda no mar
    Como uma onda no mar
    Como uma onda no mar

    Nada do que foi será
    De novo do jeito
    Que já foi um dia
    Tudo passa
    Tudo sempre passará

    A vida vem em ondas
    Como um mar
    Num indo e vindo infinito

    Tudo que se vê não é
    Igual ao que a gente
    Viu há um segundo
    Tudo muda o tempo todo
    No mundo

    Não adianta fugir
    Nem mentir pra si mesmo agora
    Há tanta vida lá fora
    Aqui dentro sempre

    Como uma onda no mar
    Como uma onda no mar

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