A Vila dos Sargentos tem localização privilegiada, sendo que de suas ruas é possivel visualizar grande parte da Base Aérea de Cumbica.
Certo dia, após as aulas, eu, o Milton, o Cláudio, Lucélio, João, Giba, estávamos num bate papo quando avistamos lá em baixo, próximo a cabeceira da pista de aviões, alguns cavalos soltos. Nem é preciso dizer que a transmissão de pensamento foi instantânea. O João, correu pra casa dele e retornou com algumas cordas e todos seguimos em direção aos cavalos.
Descemos a rua que vai em direção ao paiol da Base, desviamos do paiol, atravessamos o trilho do trem que levava os militares para o quartel e chegamos perto dos cavalos, dois.
Observamos que eles realmente estavam soltos, sem qualquer amarras e não esboçaram sinal de fuga. Enlaçamos os cavalos, o João colocou parte da corda na boca dos cavalos os levamos para a Vila.
Na casa do João, lavamos os cavalos, escovamos suas crinas, cuidamos de algumas feridas, limpamos os cascos e ferraduras, alimentamos os cavalos e completamos a alimentação com um punhado de sal.
No dia seguinte, preparamos duas "selas" com saco de estopa bem amarradas e partimos para o passeio a cavalo pela vila, um pouco cada um. Os cavalos se mostraram dóceis e logo arquitetamos uma brincadeira que deixou as mães alvoroçadas. Fizemos um verdadeiro bang-bang tipo velho oeste americano, com cartucheira e revólveres de brinquedo, disparando com os cavalos pelas ruas da Vila. Foi, para nós, sensacional, um sonho de crianças realizado.
Claro que no dia seguinte, para nosso desgosto, o Comandante da Base Cel Faria Lima apareceu com seu famoso Jeep Willis, gostou de ver os cavalos bem tratados mas, a contra gosto, para evitar acidentes, mandou recolher os cavalos para a fazendinha da Base, que ficava atrás dos angares do 1º e 2º/10º GAv, onde hoje está situado o Aeroporto Internacional.
Sem problemas, pois estes cavalos foram papos para muitos dias e, para esquecê-los, nada melhor do que alguns mergulhos em nossa represinha.
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