MEU PAI MANDOU DIZER QUE NÃO ESTÁ !

Um certo dia, em Cumbica, na BASP, depois de dois dias de trabalho intensivo, dia e noite, na Cidade de Pedreira/SP, num serviço de troca de motor de um avião, numa fazenda, que fizera pouso forçado, se não me falha a memória, um C-47, meu pai chegou em casa, lá na Vila dos Sargentos, todo sujo, barbudo e morto de cansado, porém feliz com o sucesso da operação.

Tomou seu banho, se barbeou, nos chamou e disse que ia descançar, que não queria barulho e deu a recomendação:
---- Se alguém me procurar, diga que não estou.

Passadas, provavelmente, 2 horas de sono profundo, chegou em casa, naquela época, o Ten Kaufmann, com o Jeep do OD,
tocou a campainha de casa e minha irmã, com uns 5 anos atendeu:
---- Oi....qual é teu nome?
---- Yára.
---- Yára, o Adalberto está?
Minha irmã, nem pestanejou e disse:
---- MEU PAI MANDOU DIZER QUE NÃO ESTÁ.
O Ten Kaufmann, disparou numa gargalhada, sem parar....

Meu pai, com o barulho levantou, de pijama, numa cena surreal.

O Ten Kaufmann, ainda rindo, disse:
---- Adalberto, ainda bem que você chegou.....o Coronel pediu que você se apresente. Uma viajem urgente.

Mais alguns minutos, lá se foi meu pai de novo, e minha irmã começou a chorar...