= Uma tarde ensolarada em Cumbica, procurando em minha máquina do tempo vejo que é 1966 ou 67, de repente, começam a soar as sirenes dos Hangares 1º e 2º/10 GAv.
- Na vila dos sargentos, com vista privilegiada da pista, observamos o caminhão do corpo de bombeiros da BASP e uma ambulância correndo pela pista lateral. Alvoroço geral. Todos os famíliares corriam pelas ruas da vila olhando para o céu e nada víamos. Senhoras chorando. Nós, os filhos dos sargentos, aflitos, pois nossos pais poderiam estar num vôo de missão ou de testes.
Os helicópteros H-19 levantaram vôo e as sirenes não paravam de tocar. Mais ambulâncias e kombis apareciam ao lado da pista e o nervosismo aumentava.
Olhávamos para o céu em busca da aeronave em apuros ... e o tempo passando. Ficávamos cada vez mais com receio de algo ruim.
Um ruído foi aumentando, meio diferente daqueles que estávamos acostumados. Aí apareceu, em baixa altura, um Albatroz, SA-16, com um dos motores aparentemente embandeirado. Asa inclinada mais para o lado do motor que estava funcionando, o da esquerda. Neste sentido, o avião circulou em volta da pista e não aterrissou.
O Albatroz seguiu em novo rumo por traz da vila, em direção a uma fábrica de rolamentos, a SKF, e sumiu de nossas vistas.
De repente, no alto, bem acima de nós, passa o Albatroz com o motor direito desligado, descendo em sentido perpendicular à pista e se direciona para uma pista de emergência de grama. E vai descendo, passa por cima do paiol, por cima do CAN, por cima da pista e rola pela pista de grama. Esta, não aguentando o seu peso, cedeu e afundou um dos trens de pouso, inclinando violentamente a aeronave e parando-a.
O carro de bombeiros, ambulâncias e demais viaturas seguiram em direção ao Albatroz....as sirenes param de tocar....e a gritaria de alegria foi de todos, pois o avião não sofreu danos severos e muito menos seus ocupantes.
O Albatroz estava retornando uma missão com jornalistas e ninguém se feriu.
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