Aterrissando no Aeroporto Santos Dumont
BASP, 1965, estava com 13 anos, eu com minha mãe fomos ao HC da Aeronáutica no Rio de Janeiro fazer exame de audiometria, pois naquela época minha deficiência auditiva já se manifestava.
Marcamos nossa ida na relação dos viajantes no avião C-47 que levava os oficiais alunos da EAOAR para o Rio na sexta feira e retornava na segunda feira.
No dia da viajem, aguardamos a chegada do C-47 em frente ao ESM / Adestramento, em Cumbica.
O tempo fechado me deixou um tanto temeroso, mas quando o C-47 taxiou, esqueci meu temor e com ansiedade entrei no avião.
Seus assentos laterais me lembraram dos filmes de guerra onde o pessoal que saltava de paraquedas de um C-47 ficavam sentados neste tipo de assento. Fiquei próximo da asa.
dentro do C-47
Quando os motores partiram, com aquela primeira explosão com um tufo preto de fumaça, meu coração disparou junto com os motores numa alegria imensa. Seguimos para a pista e lá da cabeceira eu visualisava minha casa na Vila dos Sargentos e sorri muito, pois era a minha vez de decolar.
Quando o avião disparou pela pista, quase fui arrancado do assento, mas o cinto de segurança cumpriu de forma plausivel seu papel de me "grudar" no banco.
De repente, a sensação de sair do chão, subir e ver pela janela o chão ficando cada vez mais longe e subindo mais, olhei para as asas do avião, que para mim eram enormes, vi, com toda a certeza do mundo elas balançarem, como se tivessem batendo asas como um pássaro. Subiamos cada vez mais e, de repente, num balanço mais forte, entramos nas nuvens. Por alguns momentos ficamos dentro das nuvens e as gotas de água pelo lado de fora escorriam pela minha janela.
Num determinado instante, acabaram as nuvens e abriu-se uma paisagem maravilhosa, estavamos sobrevoando o litoral em direção ao Rio de Janeiro.
Pelo alto vi a Serra do Mar majestosa, com as nuvens no topo, com algumas cachoeiras e vales.
Serra do Mar
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