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terça-feira, 9 de agosto de 2011

NOITE DE TERROR

Como de costume, aos sábados todos íamos ao cinema da Base e o ponto de encontro era no Cassino dos Suboficiais e Sargentos, na sala de sinuca, disputando duas mesas com os Sargentos e, para não haver confusão, toda a turma ficava numa mesa deixando a outra para os Sargentos. Ficávamos jogando sinuca até próximo ao horário do cinema, às 20 horas.

Neste dia, passava um filme de terror, O CONDE DRÁCULA que pra nós era um filme imperdível, portanto todos presente: eu, o Milton, o Ricardo Othechar, Alexandre Othechar, Cláudio Garcia, Lucélio Garcia, João Alves, Roberto Drumon, Rubens Drumon (beco), Gilberto (Giba), Luís Wade, Sílvio, Reinaldo, Aluísio (boca mole), Átila, Fernando Leme, Marcos, Celso Ávila e nossa mascote, a Lina, uma cachorra de porte grande e seu "namorado", o Pitoco, um cachorro pequeno, marrom

No cinema, ocupávamos praticamente toda a ala direita de cadeiras, logo na entrada.

O filme, se desenrolava num silêncio sepulcral, com alguns gritos de susto e suspense ,que chegava a arrepiar os cabelos da nuca, com o despertar do vampiro, mordidas, sangue, transformação em morcego, mortes e mais mortes até que o vampiro é vencido com uma estaca de madeira enfiada em seu coração.

Em nosso setor, um silêncio anormal, que era quebrado somente com alguns "puns", coisa normal de nossa constante disputa do mais fedido e do mais barulhento. Nesta noite, somente o mais fedido ganhou, que talvez pelo medo, o barulhento não vingou. Quando surgia o fedido, todos, de uma vez só, disparávamos pra fora do cinema, com grande barulho das poltronas, para respirar "ar puro" por uns cinco minutos e parabenizar o campeão, que normalmente era o Cláudio ou João e retornamos para dentro até o próximo pum.

Terminada a sessão, seguimos todos a pé para nossas vilas, com muito papo e algazarra. Nesta noite,  o Aluísio (boca mole) se despediu indo embora mais cedo e o  papo entre nós era sobre fantasmas e assombração que começou pelo Wade:
___ Na Via Dutra, sempre aparece no acostamento uma loira muito bonita pedindo carona e quando ela entra no carro fica muda. Logo que o carro arranca na estrada, quando o motorista olha para o banco que ela sentou, este está vazio e, com o susto, normalmente o carro sofre acidente.
Já assustados com o filme, esta história pegou em cheio. Aí vem o Ricardo:
___ Em Minas, sô, também é um terror, lá as famílias são normalmente com oito, nove ou dez irmãos e quando uma família tem cinco irmãos, falamos que todos são " filhos únicos", uai.
Disparamos em cima dele pra dar tapas pela história inusitada e fora do contexto.

Papo vai longe, quando na subida na "ladeira do Coronel", ao lado da lagoa, o mato começou a mexer.

Clique para ver a ladeira do Coronel

A Lina e o Pitoco dispararam com os pelos arrepiados em direção ao mato latindo forte e sumiram no mato.
Ficamos em suspense olhando pro mato....silêncio...os cachorros sumidos...quando de repente aparece no escuro uma caveira perfeita, brilhando, com um fogo pela boca !!!!

Numa gritaria de desespero, saímos em debandada ladeira acima deixando para trás, blusas, sapatos, etc

Mais acima, paramos ofegantes e olhamos para baixo e vimos a caveira rolando no chão em gargalhadas e a Lina e o Pitoco em volta abanando os rabos. Voltamos e vimos o Aluísio tirar a máscara da caveira e apagar o cigarro que estava na boca da caveira. Avançamos nele com tapas e bofetões e muita risadas do susto.

Retornando a caminhada, observamos que o Marcos estava seguindo à frente acompanhado de uma das empregadas da vila e seguimos atrás.

Mais adiante, o Marcos e a moça, entraram no prédio desabitado da antiga escola de ensino primário.

Paramos, ficamos em silêncio naquela escuridão e em alguns minutos começamos a atirar pedras no telhado da escola.

A moça saiu correndo para um lado da rua e o Marcos veio em disparada para nosso lado, todo desarrumado, descabelado, dizendo que havia muito barulho naquele lugar e todos nós falamos que não ouvimos nada, e que lá era conhecido como um lugar assombrado...

... e esta história vale até hoje (rsssss).

Atestamos a veracidade dos fatos acima:

    MENINOS DE CUMBICA

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