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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

OS MENINOS DE CUMBICA NA CIDADE MARAVILHOSA

Na passagem de ano 1968 para 1969, fomos convidados por um dos meninos de cumbica que foi morar na Base Aérea do Galeão, o Washington, para um show de Reveillon no clube dos Suboficiais e Sargentos, com a participação da banda RENATO E SEUS BLUE CAPS.

Não poderiamos perder este show uma vez que esta banda fazia grande sucesso com músicas e versões do Beatles.

Marcamos a viajem no avião da FAB, o C-47 que fazia todos os fins de semana a rota SP/RJ:
Eu, Milton, João Alves, Cláudio e Lucélio.

Como não havia a possibilidade de alojar todos num só local, eu e o meu irmão, o Milton, ficariamos no apartamento de meu tio na Vila Isabel e os outros na casa do Washington, no Galeão.

Embarcamos para o Rio com muitas espectativas, planos e pouco dinheiro.

Fomos recebidos de forma maravilhosa na casa do Washington e logo no primeiro dia fomos a praia, em frente a clube dos Sargentos, no Galeão e, após a praia , eu e o Milton fomos para Vila Isabel.

No dia 31 de dezembro, combinamos com nosso tio Romeu que retornariamos no dia primeiro do ano após o show e marcamos todos os ônibus a tomar de ida e volta.

Seguimos para o Galeão, encontramos todos nossos amigos e após lanche, seguimos antes para a praia do galeão para vermos a preparação para a virada. Na praia, à noite, toda iluminada com velas, com doces salgados diversos oferecidos pelos adeptos para Iemanjá, mas irresistivel para o João que abocanhou diversos quitutes escondido.

Chegando a hora do show, salão lotadíssimo, aparece a banda e começa a festa.

Ficamos praticamente paralizados durante todo o show, de olhos arregalados e cantando as músicas, que foi até as quatro horas da manhã do dia primeiro de ano.

Após o show, eu e o Milton seguimos para o ponto de ônibus para retonarrmos à Vila Isabel, quando desabou uma tremenda chuva. Corremos até o ponto coberto e aguardamos o ônibus. Quando este estava chegando, fiz o sinal e fui para o ônibus pulando as poças de água. O Milton, ao invés de pular as poças, foi colocando as pontas dos pés nas poças. Quando olhei para trás, somente vi a cabeça do Milton sobre a poça, que na verdade era um bueiro aberto e tive que agarrar as mãos dele para tirá-lo de dentro do bueiro.

Dentro do ônibus, estávamos só nós dois de passageiro e o Milton tirou toda a roupa para torcer. Após isto, ao pagar a passagem, surpreza....ônibus errado ! Seguimos assim mesmo até um ponto para pegar o certo e o Milton querendo me matar pois falava que a culpa era minha...eu só gargalhava até sufocar!!!

No dia seguinte, voltamos para a casa do Washington e chegando lá, o clima estava complicado, pois o João, Cláudio e Lucélio, durante a madrugada comeram todo o perú que seria servido no almoço. Problema resolvido com bifes com batatas fritas.

No dia de retornar a São Paulo, na Base Aérea do Galeão, vimos que havia mais passageiro que comportava o avião. Ficamos temerosos de não embarcar, pois a grana havia acabado para todos. Na hora do embarque, percebemos que não estávamos relacionados. O Comandante do avião, Major Ávila, pai de um de nossos amigos de cumbica, chamou o soldado e deu a ordem:
___ Primeiro sobem os oficiais da EAOAR (Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica), em seguida os filhos de nossos Sargentos, depois segue a lista até lotar o avião.
Maravilha....subimos no avião e agradecemos o Major Ávila, que nos deu uma piscada.

Chegando em casa, meu pai perguntou: "sobrou algum dinheiro?"


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