Na passagem de ano 1968 para 1969, fomos convidados por um dos meninos de cumbica que foi morar na Base Aérea do Galeão, o Washington, para um show de Reveillon no clube dos Suboficiais e Sargentos, com a participação da banda RENATO E SEUS BLUE CAPS.
Não poderiamos perder este show uma vez que esta banda fazia grande sucesso com músicas e versões do Beatles.
Marcamos a viajem no avião da FAB, o C-47 que fazia todos os fins de semana a rota SP/RJ:
Eu, Milton, João Alves, Cláudio e Lucélio.
Como não havia a possibilidade de alojar todos num só local, eu e o meu irmão, o Milton, ficariamos no apartamento de meu tio na Vila Isabel e os outros na casa do Washington, no Galeão.
Embarcamos para o Rio com muitas espectativas, planos e pouco dinheiro.
Fomos recebidos de forma maravilhosa na casa do Washington e logo no primeiro dia fomos a praia, em frente a clube dos Sargentos, no Galeão e, após a praia , eu e o Milton fomos para Vila Isabel.
No dia 31 de dezembro, combinamos com nosso tio Romeu que retornariamos no dia primeiro do ano após o show e marcamos todos os ônibus a tomar de ida e volta.
Seguimos para o Galeão, encontramos todos nossos amigos e após lanche, seguimos antes para a praia do galeão para vermos a preparação para a virada. Na praia, à noite, toda iluminada com velas, com doces salgados diversos oferecidos pelos adeptos para Iemanjá, mas irresistivel para o João que abocanhou diversos quitutes escondido.
Chegando a hora do show, salão lotadíssimo, aparece a banda e começa a festa.
Ficamos praticamente paralizados durante todo o show, de olhos arregalados e cantando as músicas, que foi até as quatro horas da manhã do dia primeiro de ano.
Após o show, eu e o Milton seguimos para o ponto de ônibus para retonarrmos à Vila Isabel, quando desabou uma tremenda chuva. Corremos até o ponto coberto e aguardamos o ônibus. Quando este estava chegando, fiz o sinal e fui para o ônibus pulando as poças de água. O Milton, ao invés de pular as poças, foi colocando as pontas dos pés nas poças. Quando olhei para trás, somente vi a cabeça do Milton sobre a poça, que na verdade era um bueiro aberto e tive que agarrar as mãos dele para tirá-lo de dentro do bueiro.
Dentro do ônibus, estávamos só nós dois de passageiro e o Milton tirou toda a roupa para torcer. Após isto, ao pagar a passagem, surpreza....ônibus errado ! Seguimos assim mesmo até um ponto para pegar o certo e o Milton querendo me matar pois falava que a culpa era minha...eu só gargalhava até sufocar!!!
No dia seguinte, voltamos para a casa do Washington e chegando lá, o clima estava complicado, pois o João, Cláudio e Lucélio, durante a madrugada comeram todo o perú que seria servido no almoço. Problema resolvido com bifes com batatas fritas.
No dia de retornar a São Paulo, na Base Aérea do Galeão, vimos que havia mais passageiro que comportava o avião. Ficamos temerosos de não embarcar, pois a grana havia acabado para todos. Na hora do embarque, percebemos que não estávamos relacionados. O Comandante do avião, Major Ávila, pai de um de nossos amigos de cumbica, chamou o soldado e deu a ordem:
___ Primeiro sobem os oficiais da EAOAR (Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica), em seguida os filhos de nossos Sargentos, depois segue a lista até lotar o avião.
Maravilha....subimos no avião e agradecemos o Major Ávila, que nos deu uma piscada.
Chegando em casa, meu pai perguntou: "sobrou algum dinheiro?"
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