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terça-feira, 30 de agosto de 2011

COPA DE 1970 - BRASIL X URUGUAI - TODOS EM CASA !

E a seleção brasileira seguia bem na competição da Copa do Mundo de 1970. Não era para menos, com aquela seleção que seria a melhor de todos os tempos.

A empolgação era tanta que meu pai comprou um aparelho de televisão novo, marca Straus, claro que em preto e branco, pois em 1970 ainda não existia a TV a cores no Brasil. Minha mãe comprou panos de cetim nas cores verde, amarelo e azul, costurou as faixas e fizemos bandeiras. Compramos muito rojão de três tiros.
TV Straus 20" - imagem em preto e branco

17de junho de 1970

Combinamos todos assistirmos ao jogo Brasil x Uruguai, jogo das semi-finais, em casa, estreando a nova televisão.
Compareceram todos nossos amigos que espremidos assistimos ao jogo: eu, Milton, Ricardo, Alexandre, Roberto, Beco, Marcos, Giba, Silvio, Wade, meu pai, minha mãe, Yára e Mercedes. Na janela da casa assistindo também o Edilson e mais alguns meninos.

                                   
Jogo Brasil x Uruguai
"televisionado em preto e branco"

Quase no horário do jogo, fechamos uma das janelas da sala para visualizar melhor a TV, minha mãe colocou uma imagem de Nsa. Senhora de Aparecida em cima da TV e meu pai, ainda desconfiado da seleção, disse "só falta dar Uruguai", pra vaia geral .

Nsa.Sra. Aparecida em cima da televisão


Começou o jogo !!! silêncio total e muito nervosismo.

O tempo vai passando, quando, "gol do Uruguai"...cara de desespero de todos.

Mais algum tempo, de repente com os gritos agudos de minha mãe, o Clodoaldo segue pela esquerda, entra na área e empata o jogo!! ""GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL    DO BRASIiIIIIIL !!
Numa gritaria geral, acendi o rojão dentro de casa. Correria geral, abriram a janela e consegui disparar pra fora. Uma verdadeira loucura.

No segundo tempo, o nervosismo era ainda maior, minha mãe rezando pra Nsa. Senhora, quando o Jairzinho dispara pela direita e desempata o jogo. ""GOOOOOOOOOOOOOOOL DO BRASIIIIIIIIIII""". Saímos todos ao mesmo tempo pra fora da sala, numa gritaria de gol e soltamos vários rojões.

E o tempo vai passando, quando o Pelé, dispara pelo meio, entra na área do Uruguai, para a bola e, de forma espetacular da um passe ao Rivelino que dispara uma "patada atômica" e faz o terceiro gol. """GOOOOOOOOOOOOOOOOOL DO BRASIIIIIIIIIIIIIIIIL""". Outra grande confusão na sala, uma gritaria geral, choros de alegria e saímos todos outra vez para fora da sala e disparamos vários rojões.

Com as demais vitórias da seleção, classificando-se para a final contra a Itália, ficou marcada outra reunião em casa para este jogo. A TV Straus mostrou-se " pé quente " e não poderíamos mudar nada pra não dar "zica", mas aí, já é uma outra história.


domingo, 28 de agosto de 2011

ECOS DE CUMBICA .

A enxada marca "TUPY" com certeza nos leva aos passos de infância onde esta ferramenta participa de forma saudosa em nossas vidas relembrando a preparação do jardim em frente minha casa e a plantação de ciprestes formando lindos muros naturais onde formavam muitos ninhos de passarinhos. Todos juntos, eu, meu pai, minha mãe e irmãos, Milton e Yára.
Minha casa na BASP

Em muitas casas da Vila foram plantados ciprestes, goiabeiras, abacateiros, pés de caquis e também jardins com rosas, margaridas, cravos, etc,
Na casa do Ricardo tinha uma figueira que vivia carregada de figos.

Casas do Ricardo - SO Alberto - Vila dos Sargentos - BASP

Entretanto, a enxada de DEUS também se fez presente nas matas da BASP.

Na primavera, as centenas de pés de gabiroba enchiam de flores brancas e perfumadas, que no outono se tranformavam em frutas doces, deliciosas e abundantes.

Pé de gabiroba em florada


Colhíamos também manga do mato, maracujás, amoras e muitas outras frutas silvestres.
Devido a isto, a quantidade de pássaros era abundante onde era comum vermos o pardal, tico-tico, azulão, canário da terra, curruíra, periquitos, além de muitos cachos de abelha com muito mel.

Canário da terra
Curruíra

A BASP é realmente um dos mais lindos recantos preservados com sua mata original e o projeto harmonioso das edificações militares com seus jardins e gramados tornam a BASP um conjunto em perfeita sintonia com a natureza.

Lembro-me de forma gratificante da Biblioteca da EAOAR, que nos oferecia obras de Jorge Amado, Graciliano Ramos, José de Alencar, José Mauro de Vasconcelos, Machado de Assis, Érico Veríssimo, Henry Miller e muitos outros autores. Li toda a coleção da Flamboyant sobre a RAF na Segunda Guerra Mundial e Holocausto.

EAOAR - Biblioteca

E a singela Capela, onde aos Domingos todos os moradores das Vilas reuniam-se para a Santa Missa.

Capela da BASP

A represinha e lagoa da Base, nossos recantos especiais para a natação e pesca.

Represinha

Lagoa da BASP

Com toda esta saudável presença da BASP em nossas vidas, estudamos e nos formamos em boas faculdades, para orgulho de nossos pais.

Ecos dos motores dos B-25, dos NA-T6, dos SA-16 Albatroz, dos helicópteros H-19 e H13, jamais param.

B-25

Ecos dos hangares.


Hangares ESM e Adestramento

Ecos do Grupo Escolar João Ribeiro de Barros.
Ecos do trem da Base

Estação de trem Cumbica

Ecos do Rancho.


Rancho

Ecos do Cassino dos Sargentos.

Cassino dos SO e Sgtos
Ecos do cinema.

Cinema Zé Carioca - BASP

Ecos das quadras de futebol de salão

Quadra futebol de Salão em frente ao Cassino dos Sgts

Ecos dos bailinhos que acabavam com o mundo.

Salão do Cassino - "bailinho"- 1968

Ecos de vozes alegres de amigos e amigas jamais saem de nossas almas.


Lucélio

Cláudio

Alexandre

Ricardo

Milton

Roberto e Beco

 Edson

Ecos de saudades...


sábado, 27 de agosto de 2011

CASAMENTO DA LINA E DO PITOCO

Nossa mascote, a Lina nos acompanhava a todos os lugares, Cassino, cinema, futebol de salão, represinha, etc.



Com o tempo, mais um mascote apareceu, o Pitoco, um cachorrinho franzino, de pelagem curta marrom clara, um rabinho cortado (origem de seu nome dado por nós), muito brincalhão e passou também a nos acompanhar.

Somente admitíamos que o Pitoco ficasse perto da Lina e espantávamos os outros cachorros.

Um belo dia, saímos da Vila dos Sargentos para uma partida de futebol de salão na quadra do Cassino dos Sargentos. Lógico, a Lina e o Pitoco juntos.

Percebemos que no caminho, o Pitoco a todo o momento tentava namorar a Lina que entrou no cio, mas devido seu tamanho franzino ficava impossibilitado de consumar o casamento.

Quadra de futsal do Cassino dos Sargentos


Chegando na quadra, a Lina e o Pitoco também entraram e o Pitoco continuava a tentativa de namorar a Lina quando de repente aparece um outro cachorro de maior porte, entrou na quadra e começou a querer também namorar a Lina. Não foi por muito tempo. Todos nós tiramos nossos tenis e começamos a jogar no cachorro e este disparou para fora da quadra e desapareceu.

O João vendo a situação, segurou a Lina e levantou o Pitoco fazendo com que ele se casasse naquele momento.

Numa cena surreal, logo após, o Pitoco ficou literalmente dependurado na Lina e não conseguimos segurar as gargalhadas.

Sem problemas, pois o Pitoco todo feliz da vida cumpriu orgulhosamente com sua obrigação e dois meses depois se tornou o papai de uma prole que logo foi distribuída.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

HÁ 50 ANOS A HISTÓRIA SE DESENROLAVA A NOSSOS OLHOS

Domingo, 25 de Agosto de 1961

Estávamos na casa de meus avós em SP, quando deu a notícia extraordinária no REPORTER ESSO, na TV Tupi:


"O PRESIDENTE JÂNIO QUADROS ACABA DE APRESENTAR SUA CARTA DE RENÚNCIA AO CONGRESSO NACIONAL.  INFORMAMOS QUE TODOS OS MILITARES DEVEM SE APRESENTAR EM SEUS QUARTÉIS IMEDIATAMENTE."

Com esta notícia, meu pai  pegou seu "quepe" e retornamos imediatamente para Cumbica.
Ficamos em casa na Vila dos Sargentos e meu pai seguiu para o quartel.

Perto do meio dia, chegaram vários caminhões da Base com soldados  e levantaram acampamento nas Vilas começando as rondas,  ninguém podia sair nas ruas.

Estávamos muito temerosos quando, de repente, às 13:30 horas...um avião Viscount sobrevoa a Base e faz a aterrissagem.

Viscount - avião presidencial da FAB
Transportou Jânio Quadros até Cumbica

No dia seguinte, segunda feira pela manhã, seguimos normalmente para o Grupo Escolar Ribeiro de Barros que ficava dentro da Base onde hoje se localiza o Clube dos Oficiais.

Grupo Escolar João Ribeiro de Barros - BASP -Cumbica

Observei que em frente a minha escola, numa casa de Capitão, havia muita movimentação e muitos carros estacionados em frente...e...um senhor de terno escuro, óculos com armação grossa também escura, passeando pelo jardim, acompanhado de soldados da Base.

Casa onde Jânio Quadros ficou hospedado

A aula foi suspensa neste dia...lógico!! TEMOS UM PRESIDENTE!! Jânio Quadros ...ex-presidente para o Brasil mas  não para nós crianças rsrsrsr..

A partir daí, a história do Brasil estava se escrevendo bem a frente de nossos olhos:

Trecho da carta de renúncia de Jânio Quadros:

"Fui vencido pela reação e assim deixo o governo. Nestes sete meses cumpri o meu dever. Tenho-o cumprido dia e noite, trabalhando infatigavelmente, sem prevenções, nem rancores. Mas baldaram-se os meus esforços para conduzir esta nação, que pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, a única que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem direito o seu generoso povo.

"Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior. Sinto-me, porém, esmagado. Forças terríveis levantam-se contra mim e me intrigam ou infamam, até com a desculpa de colaboração.

"Se permanecesse, não manteria a confiança e a tranquilidade, ora quebradas, indispensáveis ao exercício da minha autoridade. Creio mesmo que não manteria a própria paz pública.

"Encerro, assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes, para os operários, para a grande família do Brasil, esta página da minha vida e da vida nacional. A mim não falta a coragem da renúncia."

Jânio indo embora de Cumbica no dia 27 de Junho de 1961
 guiando uma DKW Vemaguet,
 indo em direção ao Guarujá, litoral norte de São Paulo.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

COISAS DE MENINOS


Algumas vezes ao Domingo, o pessoal marcava de se encontrar no Cassino dos Suboficiais e Sargentos para uma partida de futebol de salão na quadra em frente ao Cassino.
Estas partidas eram, na maioria das vezes, os filhos dos Sargentos contra os Sargentos solteiros residentes nos alojamentos do Cassino.

Após as partidas, banhávamos nas diversas e maravilhosas duchas de águas aquecidas em caldeira dentro do próprio banheiro. Muitas vezes estes banhos eram acompanhados das cantorias de óperas feita pelo Sargento Bustamante, que aproveitava a excelente acústica do banheiro que era enorme. Claro que ao final de uma canção batíamos palmas e gritávamos "bravo!".

Após ao alegre banho, algumas vezes íamos almoçar no Rancho dos Sargentos, previamente marcado com o Sargento de Dia.

Rancho dos Sargentos rampa à direita


Após o almoço, retornávamos ao Cassino pra diversas partidas de sinuca e as 16 horas, na sala de televisão para assistir aos jogos de futebol, que naquela época só televisionava jogos do campeonato carioca.

Lá pelas 21 horas retornávamos a pé para a Vila dos Sargentos, indo pela avenida que passa em frente ao prédio da EAOAR, em seguida passando em frente ao Portão da Guarda  e adentrávamos pela Vila dos Oficiais em direção a Vila dos sargentos, num percurso de três quilômetros.

Até aí, nada demais.

Ocorre que neste percurso, normalmente perto da EAOAR, tínhamos um torneio tradicional, porém inusitado.
Local do torneio (real)

A preparação para este torneio começava em segredo, tomando-se bastante água até a hora de ir embora.

Chegando na avenida da EAOAR, ficávamos um ao lado do outro, uns seis ou sete meninos, preparávamos para a largada.

Largada dada "já", andávamos um ao lado do outro urinando até esvaziar a bexiga. Ganhava aquele que fizesse o maior caminho de urina no chão. Olhando para trás, víamos aquelas linhas brilhantes no chão, uma ao lado da outra, parecendo raia de piscina, linhas com aproximadamente 50 metros de comprimento.

Para variar, as vezes fazíamos uma linha só, um após ao outro, que chegava a um comprimento de aproximadamente 300 metros. Coisas de meninos, porém muito divertidas.

Até chegar na Vila dos Sargentos, muitos papos, muitas gargalhadas e muitos planos para o próximo fim de semana.

Que tal um "bailinho? Vamos acabar com o mundo de novo!!!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ELIMINATÓRIAS DA COPA DE 1970 - BRASIL X PARAGUAI - MARACANÃ - ESTÁVAMOS LÁ

31/08/2009
Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970
Maracanã - Rio de Janeiro

Ainda animados com a ida ao jogo do Palmeiras e Corinthians no Pacaembú, em 1969, com os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 1970, o Brasil dependia de uma vitória simples, no último jogo desta competição, em cima do dificílimo Paraguai, tomamos a decisão.

Eu, o Milton e o Ricardo resolvemos ir ao Rio de Janeiro assistir a este histórico jogo.

Como o Milton, naquela época, trabalhava na SKF Rolamentos em Cumbica, não poderia ir conosco no avião da FAB, o C-47, que fazia todas as sextas feiras e segundas feiras a rota Rio/São Paulo, Cumbica/Aeroporto Santos Dumont, levando os alunos da EAOAR (Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica) residentes no RJ. Como sempre sobravam lugares, tínhamos a possibilidade de pegar este voo. Ficou marcado do Milton ir de ônibus, porém, devido ao trabalho na segunda feira, ele acabou desistindo.

Eu e o Ricardo voamos em direção ao grande jogo no Rio e nos alojamos na casa de meu tio Romeu que morava em Vila Isabel, na Rua Teodoro da Silva, que dava de frente aos portões do Maracanã.

Após os ingressos comprados, para as arquibancadas, marcamos ir para ao Estádio às 12 horas, horário de abertura dos portões, o que fizemos. Antes, meu tio nos deu uma bandeira do Fluminense pra gente torcer para a seleção.

Entramos no Maracanã e devido ao horário, meio dia, ficamos no melhor local das arquibancadas, bem na linha divisória do gramado, com uma vista incrível de todo o campo.

Mas... sempre tem um mas...o Maracanã foi enchendo de gente, de tal maneira que não havia mais lugar para toda aquela massa humana e as pessoas começaram a deitar entre nossos pés, e onde cabiam duas pessoas sentadas, estavam quatro !

De repente, atrás, ouvimos um grito e olhamos. Eram três brutamontes, do tamanho de uma jamanta cada um, vestidos com camisas do Flamengo, dizendo, ""AQUI É LOCAL ESHCLUSIVO DE FLAMENGUISHTASHHH (sotaque carioca), QUEM NÃO FORRR PODE SAINDO E QUERO O MEU LUGARRRR ! Claro que abriu uma clareira para os três sentarem.

O Ricardo disse " é melhor guardar a bandeira, sô" coisa que fiz rapidamente.

Retrospectiva do jogo:


FOTO: o escrete das eliminatórias em 1969. Em pé: Carlos Alberto Torres, Joel Camargo, Felix, Djalma Dias, Wilson Piazza e Rildo. Agachados: Nocaute Jack (massagista), Jairzinho, Gérson, Tostão, Pelé, Edu e Mário Américo (massagista).

Ficha técnica:
Brasil: Félix; Carlos Alberto Torres, Djalma Dias, Joel Camargo e Rildo; Wilson Piazza e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Edu. Técnico: João Saldanha.
Paraguai: Oscar Aguilera; Justiniano Enciso, Vicente Bobadilla, Sergio Rojas e Luis Mendoza; Alcides Sosa e Pablo Rojas; José Luis Ivaldi (Dionisio Valdez), Felipe Ocampo, Benício Ferreira e Lorenzo Jiménez. Técnico: José Maria Rodriguez.
Árbitro: Ramon Barreto Ruiz (Uruguai).
Gol: Pelé (23' do segundo tempo).
Data: 31/08/1969.
Estádio: Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil.
Público: 183.341 pagantes. (RECORDE DE PÚBLICO OFICIAL DO MARACANÃ)

Quando o Pelé fez o gol do Brasil, na verdade, de tanta gente eu não via nada e só percebi que, de tão apertado, eu subi sentado sem colocar os pés no chão quando todos levantaram para gritar o gol.
 O Maracanã tremeu e eu e o Ricardo pulávamos se abraçando.



Ao final da partida, não havia alternativa, tínhamos que acompanhar o povo saindo do Estádio e o Ricardo disse "saimos pelo portão errado, ao contrário de onde entramos". E quem disse que era possível retornar??? com aquela multidão toda. Entramos num bar e esperamos aliviar a multidão para retornarmos.

Com este jogo, classificamos para a Copa do Mundo de 1970 e em junho de 1970 conquistamos definitivamente a Copa Jules Rimet com o Tri-campeonato mundial., mas isto, é uma outra história...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

PALMEIRAS X CORINTHIANS - 04/06/1967 - ESTÁVAMOS LÁ !!

Num Domingo, jogo sensacional no Pacaembú. Palmeiras contra o Corinthians. Muitos comentários na televisão e jornais dizendo que o Corinthians iria facilitar o jogo para o Palmeiras visto que havia o risco do Palmeiras cair para a segunda divisão do campeonato Paulista, pois vinha muito mal na competição.



Depois de muita discussão, eu, palmeirense, o meu irmão Milton corintiano fanático e o Ricardo atleticano galo de minas fanático, resolvemos ir ao Estádio do Pacaembú assistir este derby.



Dia 4 de junho de 1967.
Chegando ao estádio, compramos ingresso para numeradas descobertas, pois ir de arquibancada era impossível para torcer pelos nossos times por causa das torcidas organizadas.

Estádio do Pacaembú

Dia de céu carregado !

Como naquele dia o céu estava muito coberto por nuvens carregadas, eu levei uma capa de chuva, capa esta que teve de ser "cobertura"  de nós três devido a um toró (chuva forte) que começou a cair durante o jogo, que pelo sinal, uma verdadeira "pelada" devido ao campo muito molhado e com poças de água.

O problema foi que cada vez que o Palmeiras atacava, eu levantava e o Ricardo levava um verdadeiro banho da água acumulada e isto se repetia quando o Corinthians atacava e o Ricardo levava outro banho até que saiu um gol do Palmeiras e eu pulando e gritando ele se enfezou e não deixou mais colocar a capa e todos ficamos ensopados até a alma.

Goooollll - Cesar maluco contra o Corinthians
04/06/1967 - Pacaembú

Com o gol do Palmeiras, o Corinthians não esboçava qualquer reação e sua torcida começou a gritar em coro "MARMELADA"..."MARMELADA", terminando o jogo com este placar de 1X0 para o verdão.

Foi duro aguentar os dois na volta gritando "MARMELADA" e todos ensopados morrendo de frio.

Marmelada ou não, com este resultado o Palmeiras escapou do rebaixamento.

E voltei feliz para Cumbica e  eles??....rssss tiveram que me aguentar !!! Palmeeeeeiiiirasss !

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CO....CO...RINTHIANS

E veio morar na Vila dos Sargentos o nosso amigo Flávio, tornando-se mais um dos meninos de Cumbica. Eu já conhecia o Flávio de Guarulhos pois sendo seu pai muito amigo do meu pai, sempre nossas famílias trocavam visitas.

No dia da apresentação do Flávio a nossos amigos de Cumbica, muitas perguntas rolavam, fato normal até que alguém perguntou a ele ""pra que time você torce?"" e a resposta, para o azar dele, saiu gaguejada: "" ""pro co..co..rinthians "". Fatal!...o apelido foi instantâneo : COCÔ.



O mais legal de tudo é que o Flávio aceitou, com muitas risadas.

Mas, o destino deste apelido foi cruel.

Certo dia, eu, Milton, Cláudio, Lucélio, João, Ricardo, Giba e o novato Cocô, resolvemos ir á estação de tratamento de águas da Base colher frutas, uma vez que no local havia muitas árvores frutíferas, principalmente as goiabeiras.



Cada um escolheu seu pé de goiaba para subir e degustar lá no alto, junto aos passarinhos, deliciosas goiabas vermelhas.

Após algum tempo, numa das árvores, o Cláudio começou a gritar ""olha a merda"" e fazia cocô do alto da árvore, e nós todos numa grande gargalhada observávamos a cena surreal.

Do alto das árvores dava pra ver as piscinas de decantação de esgoto sólido que passava por tratamento antes da água ser despejada num riacho. Uma das piscinas estava praticamente seca, parecendo que não havia nada em seu fundo. O Flávio sem saber do que se tratava, desceu da árvore gritando e correndo pulou dentro da piscina.
                                                      
Enterrou até a cintura de cocô !

O Cláudio gritava "deixa ele aí, está no lugar certo né cocô? e o Flávio pedia pelo amor de Deus pra tirarem ele de lá.

A sorte é que no local havia também vários pés de bambus e arrancamos um bambu, sendo assim que o Flávio conseguiu se desatolar da merda.



A fedentina era tão grande que tivemos que banhar o Flávio com água de uma mangueira do local, mesmo assim ele ainda fedia tanto que o retorno à Vila foi cruel, tal qual seu apelido.

Desta vez, devido a esta lambuzeira, não colhemos nenhuma fruta, mas colhemos mais uma pérola em nossa vida em Cumbica, graças ao COCÔ.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

TORNEIO DE CARRINHO DE ROLEMÃS EM CUMBICA

Ao lado da casa do Comandante, em Cumbica, há uma ladeira cumprida, com aproximadamente 200 metros de extensão, começando pouco inclinada no começo e nos últimos 50 metros com inclinação bem acentuada, terminando suavemente ao lado da lagoa da Base, numa reta de aproximadamente 20 metros.



Video da ladeira (local real)

Um belo dia, esta ladeira foi requisitada pela Associação dos Corredores de Carrinho de Rolemã de Guarulhos para uma disputa de seus associados. O Comandante da Base autorizou desde que os filhos dos militares da Base participassem da disputa.



O convite caiu como uma verdadeira "bomba" nas vilas deixando-nos como doidos atrás de rolemãs, ou qualquer coisa que rodasse, tábuas, etc. A criatividade dos meninos de Cumbica foi colocada à prova e não decepcionamos.

Inicialmente seguimos para a Garagem da Base e o Cabo Klein nos ajudou com bastante rolemãs da sucata, de vários tamanhos e, em seguida, na Carpintaria da Base onde conseguimos algumas tábuas de boa qualidade.

Garagem da Base ao fundo


Cada um em sua casa, preparavam seus carrinhos de rolemã, que seriam mostrados só no dia da corrida.

Claro que nossos pais nos ajudavam fornecendo ferramentas. Como a quantidade de rolemãs não foi suficiente para todos, tivemos que nos virar com algumas "peças" que dispúnhamos.

O meu caso, tinha somente uma rolemã  grande para a dianteira e sem as das traseiras, consegui convencer meu pai me emprestar um quadro com roldanas de borracha que ia em baixo de nossa geladeira "Climax".



O quadro era montado em duas partes, ficando duas roldanas que eram fixadas em dois suportes, outras duas em outros dois suportes com duas barras de aço, uma de cada lado que uniam os dois conjuntos de suportes formando um "quadrado". Minha ideia foi separar um par de suportes, deixando as barras de aço neles. Preguei estes suportes bem firme na parte traseira da tábua, entortando as duas barras para cima usando-as como descanso dos braços, fixei na parte dianteira da tábua, previamente serrada em formato de "bico", com um grosso parafuso que girava livre numa bucha, a travessa com o rolamento dianteiro. Pintei o carrinho na cor amarelo que existia de uma sobra em casa. Fiz um encosto inclinado de madeira para as costas e o numerei com o númeror "52", que era o meu número de chamada na escola.

O detalhe era que para o carrinho deslizar com maior velocidade, eu levava uma bisnaga do desodorante "Avanço" com óleo de motor para pulverizar na rodas traseiras do carrinho, que sendo de borracha, ela deslizava por uma bucha interna e precisava de lubrificação.


Os outros amigos também fizeram seus carrinhos de forma original, idem meu irmão.

No dia da corrida, os representantes da Associação de Guarulhos ficaram espantados com nossas criatividades.

A largada teve que ser feita em várias baterias devido ao grande número de participantes classificando-se o vencedor de cada bateria.

Existia um espaço de 10 metros para um empurrador iniciar a partida, sendo que meu empurrador foi meu irmão e eu dele.

Consegui a classificação de minha bateria com meu carrinho lubrificado. O Wade Piccinini, conseguiu se classificar na bateria dele.

Na grande final, a surpresa geral, O Wade em primeiro lugar e eu em segundo, isto porque a bucha de uma de minhas rodinhas fadigou e o final de minha corrida foi com o eixo direto na borracha, com muito óleo (rsss).

O Wade pulando de alegria, pegou o carrinho dele e se atirou na lagoa, ficando boiando em cima do carrinho, agitando os braços.

Lagoa da BASP, ao lado da ladeira

Infelizmente não pude devolver o quadro da geladeira de casa, porém meu pai nem fez questão.

O problema foi quando minha mãe descobriu que precisava arrastar a geladeira para limpar em baixo...

Salve-se quem puder!!!...eu e meu pai levamos muita bronca, mas ele mesmo assim dava risada da situação, prometendo comprar outro quadro de rodinhas para a geladeira, o que foi feito.

Geladeiras Climax